27 fevereiro 2009

Foto da semana - Central Park, no verão

(clique na foto para ampliá-la)

Depois de todos estes meses de frio, vento gelado e neve, tudo que o nova-iorquino mais deseja é um dia de sol e calor, para poder voltar às ruas, às praças e aos parques.

Hoje, por exemplo, que nem estava tão quente, apenas 15 graus, já havia um monte de gente com roupas leves (camisetas, shorts ou saias), e já havia bastante gente nas praças. E esta será a cena, daqui em diante, quando da chegada da primavera e, enfim, do verão.

Apesar do calor escaldante, o verão é uma das melhores épocas para visitar Nova York, na minha opinião, principalmente porque a cidade está vazia. É época de férias escolares, os universitários já foram embora e os nova-iorquinos mais ricos já estão curtindo uma praia, por isto, Nova York fica bem mais agradável e tranquila, sem aquela correria da época do Natal, e com muitas atrações gratuitas, como concertos e shows de graça nos parques.

A foto acima foi tirada no auge do verão do ano passado, na área conhecida como The Great Lawn, no Central Park. Com o calorzinho gostoso, as pessoas aproveitam para se jogarem na grama, fazer piquenique, brincar com o cachorro ou praticar algum esporte, como futebol americano ou beisebol.

E, acreditem, mal podemos esperar para ver uma cena como esta novamente!
***

25 fevereiro 2009

Livin' in America - O Oscar, as Olimpíadas e o Declínio do Império Americano


Esta semana, o filme "Quem quer ser milionário?", ambientado na Índia, com elenco indiano e retratando a vida dos pobres naquele país, foi o grande destaque do Oscar e abocanhou 8 estatuetas, incluindo a de "melhor direção" e "melhor filme".

Não deve ser nada fácil para a indústria cinematográfica americana ter de reconhecer a superioridade duma produção independente e, pior do que isto, focalizando a vida dum país emergente, sem nenhuma estrela no elenco. É claro que não podemos menosprezar o fato de o filme ser uma produção inglesa, com um diretor inglês, mas a repercussão de "Quem quer ser um milionário?" traz à baila um fenômeno extraordinário que tem ocorrido na Índia, a chamada Bollywood, isto é, o cinema produzido na Índia para indianos.

Bollywood tem se tornado um dos maiores celeiros do cinema asiático, produzindo incontáveis filmes, muitos deles musicais, e rivalizando, pelo menos entre os indianos, em bilheteria com os filmes americanos. Aliás, mais do que isto, o cinema de Bollywood também tem conquistado admiradores ao redor do mundo e atingido o status de cult.

Portanto, as premiações de "Quem quer ser um milionário?", muito mais do que a confirmação do talento da equipe britânica, é um voltar de olhos ao cinema indiano e à Bollywood, talvez até a constatação de que o cinema americano já não é tão influente e onipresente como já foi.

E, ano passado, assistimos estupefados à opulência e grandiosidade das Olimpíadas na China.
Os chineses quiseram provar sua superioridade de duas maneiras: primeiro, preparando uma abertura de cair o queixo, algo jamais visto antes por olhos ocidentais (talvez, nem mesmo orientais), depois, um festival de medalhas de ouro, ultrapassando o favoritismo dos americanos.

O inconformismo dos EUA foi tamanho, que, na hora de apresentarem a classificação dos países, os americanos optaram por somar o total das medalhas ganhas, de ouro, prata e bronze, ao contrário da contagem oficial das Olímpiadas, que só contabiliza as medalhas de ouro, o que punha a China na frente.

Estes dois eventos, aparentemente desconexos, trouxeram-me à mente a seguinte hipótese: toda nação dominante, em algum momento da História, encontra seu apogeu e declínio, isto ocorreu com os persas, com os macedônios, com os romanos, com os otomanos, com os espanhóis, com os britânicos e assim por diante.
Durante os anos de Guerra Fria, não sabíamos qual das duas superpotências - a União Soviética ou os EUA - prevaleceria. Havia um aparente equilíbrio de forças, derivado principalmente em razão do poderio bélico destes países. Com a queda do Muro de Berlim e o fim do bloco soviético, os EUA se ergueu como a única e inquestionável potência mundial.

Mas, dia após dia, acompanhamos notícias e eventos que aos poucos ameaçam pôr em cheque esta hegemonia americana. As Olimpíadas do ano passado e o Oscar deste ano são exemplos simplórios, talvez a invasão de produtos pirateados (ou não) chineses em lojas do mundo inteiro, da boca-de-porco dum mercadão popular até às chiquetérrimas lojas de grife seja um exemplo melhor, ou a importância que a Índia tem assumido no cenário asiático, no mundo da tecnologia - fiquei sabendo que eles estão projetando um computador apenas para acessar a internet que custará 20 dólares - também seja outro exemplo melhor. Sem falarmos também na crise econômica que está abalando a estrutura da América e mandando para a rua centenas de milhares de trabalhadores.

Ou será que toda esta especulação não passa dum mero resquício do ranço latino-americano ao Imperialismo Americano?

No fundo, isto pouco importa, mas que muita gente torceu para que a China vencesse nas Olimpíadas e para que "Quem quer ser um milionário?" ganhasse o Oscar, esta é a mais pura verdade...


***

22 fevereiro 2009

Foto da semana - Dowtown New York

(clique na foto para ampliá-la)

Esta foi uma das primeiras fotos que tirei para o curso de fotografia que fiz em NY, cuja proposta era tirarmos fotos que congelassem o movimento (neste caso, a água).
A foto foi tirada na praça da Prefeitura (City Hall), tendo o chafariz da praça em frente e, no fundo, o Municipal Building, que é um dos meus edifícios favoritos na cidade.


***

20 fevereiro 2009

Apollo Theater (atração turística e eventos)


"Onde nascem as estrelas e se constroem lendas", este é o mote do Apollo Theater, situado no coração do Harlem, na rua 125, entre a Sétima e Oitava Avenidas.

Foi neste teatro que vários músicos famosos começaram suas carreiras e se consagraram, tais como: James Brown, Michael Jackson, Billie Holliday, Ella Fitzgerald, Diana Ross & The Supremes, Marvin Gaye, Steve Wonder, Aretha Franklin, B.B. King, Mariah Carey, entre vários outros.


Toda quarta-feira à noite, às 7:30, há o concurso de calouros no Apollo Theater.
Os ingressos custam a partir de 19 dólares e podem ser adquiridos na biheteria do teatro, ou no site do ticketmaster.
Quem tem carteirinha de estudante pode comprar ingresso com desconto diretamente na bilheteria.

Site Oficial do Apollo Theater
http://www.apollotheater.org/

Atualizado em 10/03/2011


Importante: favor ler as Perguntas Frequentes - FAQ.

18 fevereiro 2009

Livin' in America - Obama, o 44º presidente branco

Sei que é um pouco tarde para falar da eleição à presidência de Barack Obama, principalmente porque os votos já foram contados e ele até já tomou posse, mas há algo que me inquieta, desde que todo este furor começou e Obama despontou como o favorito à Casa Branca.

Dois eventos em particular despertaram minha desconfiança sobre esta eleição; dois eventos frívolos, corriqueiros, mas que me revelaram uma nova perspectiva sobre como os americanos brancos viam Obama.

Havia três cachorros na rua: um preto, um marronzinho (quase bege-claro) e um branco. Alguns mendigos passaram e apontaram para os cachorros e começaram a nomeá-los. O branco era a Hillary Clinton, o preto era Colin Powell e o bege era, para minha surpresa, Obama.
Minha esposa imediatamente retrucou:
- Não, o Obama é o preto.
Mas os mendigos não aceitaram.
- Não, o Obama é metade branco, o Obama é o cachorro bege.

E o segundo evento foi quando, en passant, escutei, com o rabo de ouvido, a conversa entre uma mulher e um homem, brancos, sobre a eleição. A mulher, aparentemente defendendo seu ponto de vista e justificando seu voto em Obama, disse:
- Sabe o que é estranho? Eu não vejo Obama como um negro, mas apenas como um homem.

Estas duas histórias imediatamente me fizeram recordar do nosso presidente Lula. Toda a imagem que havia sido criada durante a carreira política dele era a do sindicalista, camiseta vermelha, barba desgrenhada e gritos de ordem sobre um palanque improvisado.
Mas esta imagem de político revolucionário-comunista não ganha eleições. Era mais ou menos na época da primeira vez que Lula se candidatou que eu ouvia muito as pessoas comentando:
- Eu não vou votar no Lula, porque senão vou ter que dividir meu apartamento com outras pessoas e eles vão tomar meu segundo carro.
Lula era temido porque trazia à tiracolo o estigma do comunismo. No entanto, bastou ele mudar a imagem, vestir terno e gravata, reduzir o tom de voz e falar pausamente, que a classe média foi conquistada.
Lula foi eleito, e reeleito.

Vejo um grande paralelo, neste sentido, entre Lula e Obama. Ambos disseminavam uma mensagem de esperança, ambos representavam uma mudança significativa no cenário político - o primeiro, um torneiro mecânico, sem muita educação, tornado presidente; o segundo, um negro, num país extremamente preconceituoso, tornado presidente. Ambos dependiam da classe média para se elegerem.

Apesar do apoio dos latinos e dos negros, Obama jamais venceria as eleições se não fosse a adesão da classe média branca norte-americana. Mas a classe média branca norte-americana jamais aceitaria um presidente negro, se a imagem que Obama nos passasse fosse a mesma que boa parte dos negros americanos possui, as calças largas mostrando a cueca, o jaquetão de couro, o boné de aba reta virado pro lado, o inglês de gueto e os ameaçadores gestos de cantor de rap.
Com uma imagem destas, Obama jamais ascenderia na carreira política, pois esta é uma imagem associada ao ódio racial e ao medo.
Para se eleger, Obama precisou acolher e expressar valores brancos norte-americanos, o terno, a boa educação superior, a fala articulada e, principalmente, o foco na recuperação da economia.

Reúna uma combinação de fatores - a catastrófica administração Bush, a crise imobiliária e financeira, um adversário prenunciando uma continuidade nos erros da gestão anterior, e um clima de esperança e mudança - e é fácil compreendermos como o branco americano lançou para os porões do inconsciente seu preconceito e se recusou a dar importância à cor do candidato. Para os americanos brancos, Obama é um deles.

E não é à toa que Obama se esforçou para se afastar do pastor Jeremiah Wright, cujo culto ele frequentou por vários anos, e dos discursos antipatriotas dele, mesmo que este pastor houvesse dito muitas verdades.
Obama se enbranquiçou para conquistar os americanos, mesmo que para os negros ele continuasse sendo o reflexo duma grande conquista social.

Em 1963, Martin Luther King Jr. projetou para a América o seu sonho de igualdade, de que os filhos dele vivessem "numa nação na qual eles não fossem julgados pela cor de suas peles, mas pelo conteúdo de seu caráter".
Em 2008, Barack Hussein Obama empacotou, promoveu e vendeu este sonho; talvez ele não tenha conseguido evitar que os americanos o julgassem pela cor da pele, mas pelo menos ele teve êxito em fazê-los fingir que não julgam.


***

16 fevereiro 2009

Restaurante Lamarca (alimentação)

A viagem do turista mão-de-vaca não é feita apenas de BigMac (ou cheeseburger de 1 dólar), pizza ou de comida congelada do Jack's 99 cents. Quem acompanha o blog, já ouviu falar do Dallas BBQ, com a costelinha mais barata da cidade, e dos pratos tamanho família do Carmine's e do Tony's di Napoli.

A verdade é que Nova York proporciona àqueles que fogem um pouco do circuito clássico - Times Square e Estátua da Liberdade - várias opções baratas e muito gostosas. Outra verdade é que algumas das melhores opções de comida italiana não estão em Little Italy, mas espalhadas por Manhattan, às vezes escondidas em portinhas em outros bairros.

Este é o caso do restaurante Lamarca, na rua 22 com a Terceira Avenida, há poucas quadras do Gramercy Park.
Na entrada pela Terceira Avenida, o Lamarca é um restaurante como outro qualquer, com garçom, preço padrão de restaurante italiano e a gorjeta no final, mas a grande sacada deste restaurante é a portinha ao lado, pela rua 22, que dá para um pequeno ambiente, no qual você pede no balcão e come sossegadamente numa das mesas. Ali, o preço é mais baixo e sem gorjeta para o garçom.

Um prato de massa custa em torno de 7 dólares e é caprichado (mas não serve duas pessoas). A nossa sugestão é o nhoque bolonhesa (gnocchi bolognese). É um pouco apimentado - toque mexicano, mas é muito saboroso. No Lamarca, serve-se vários tipos de massas e molhos, além de sopas e pães.
O atendimento é muito bom, com os simpáticos ítalos-americanos donos do lugar sempre sorrindo.
Ah, e sempre leve dinheiro consigo, pois eles não aceitam nenhum tipo de cartão de crédito ou débito, apenas dinheiro vivo mesmo!
(algumas das mesas no Madison Park, clima de praia)

Outra sugestão nossa é, no verão, pedir a massa para viagem e ir almoçar no Madison Square Park (umas quatro quadras dali, no sentido oeste). Há mesas neste parque e não há melhor coisa do que almoçar tendo como paisagem o Empire State Building e o Flatiron Building. Simplesmente cinematográfico.

Mas atenção, jamais compre o refrigerante que eles vendem no restaurante (da marca Boyle), eles são horríveis! Deixe para comprar o refri numa farmácia da Duanne Reade ou num mercado, é bem mais garantido.

Você pode consultar parte do cardápio do Lamarca na página abaixo, mas os preços correspondem apenas aos do restaurante com garçom, os da porta ao lado são bem mais em conta

http://www.menupages.com/restaurantdetails?restaurantid=2879


Importante: favor ler as Perguntas Frequentes - FAQ.

13 fevereiro 2009

Foto da semana - Grand Central

(clique na foto para ampliá-la)

A Grand Central é dos lugares mais lindos de Nova York na minha opinião, e é sem dúvida de onde mais tirei fotos até agora. Devo ter umas mil fotos da Grand Central aqui, geralmente à noite.
A Grand Central é um terminal de trens, construído em 1903 e reconstruído e restaurado posteriormente. A verdade é que o lugar é magnífico, com um charme particular.

Site oficial da Grand Central
http://grandcentralterminal.com/


***

12 fevereiro 2009

Dica do Leitor - William

(foto por: William, como recordação para este pobre mão-de-vaca aqui)

Olá Henry.

Obviamente você ainda não me conhece (como muitos leitores de seu blog) então vou me apresentar:

William..., Brasileiro de São Paulo-SP, 38 anos, casado com dois filhos.
No ano passado, resolvi realizar um desejo antigo, na verdade dois: conhecer NYC e andar de bike.
Eu já sabia de um evento que acontece anualmente no primeiro domingo de maio e comecei a programar a minha viagem.
Meus filhos estavam em período escolar e minha esposa optou por não ir, então FUI SOZINHO ! (risos)

Sou usuário da internet no Brasil desde o seu início comercialmente em 1996, então faço muita coisa através dela: consumo, consultas, enfim, não sei mais viver sem ela (risos).
Logo que comecei a procurar infos sobre NYC, eu encontrei seu blog.
Ainda no início, mais ou menos em JUL/07 mas já tinha dicas IMPORTANTÍSSIMAS e básicas sobre as necessidades da viagem e isto me fez acompanhá-lo de tempos em tempos para ver as possíveis novidades.

Bem, sem perder a oportunidade, PARABÉNS pelo trabalho de linguagem simples e objetiva, difícil de se encontrar, não só pelo seu conteudo, mas pela forma com que você tem conduzido isto.
Vi tambem o início da comunidade no orkut, a versão impressa (acabei comprando um download antes de viajar) e etc...
Sucesso. Você(s) merece(m).

Bem, agora vou lhe dar o feedback e umas possíveis dicas.

- Quando eu encontrei seu blog, eu procurava por hospedagem em NYC com preços módicos.
Já descobri que hospedagem convencional como estamos acostumados por aqui não são nada módicos (risos)
Não quis me arriscar em uma hospedagem de hostel, eu nunca tinha vivido este tipo de experiência: nem tinha ido ao exterior, nem tinha dividido quartos, então achei um tanto desconfortável.

Achei uma opção muito interessante em Upper West Side na 107 com a Broadway: 80,00 dólares por dia em um quarto single com banheiro compartilhado.
Muito bom ! Tive uma surpresa agradável com a hospedagem.
É diferente de tudo o que eu estou acostumado no Brasil (viajo muito por aqui, porque eu e minha esposa gostamos), mas tudo funcionou perfeitamente.
O pessoal foi receptivo, o local tinha uma infra bacana: internet grátis no lounge, cozinha compartilhada, banheiros limpinhos, quarto arrumado, com geladeira no quarto e uma cozinha com fogao, micro-ondas e pia compartilhados.
Longe de downtown, mas perto de TUDO: 3 starbucks (para mim era importante, porque eu tenho negócios na internet), KFC, McDonalds, e todo o comércio "local" americano que também tem todas as suas particularidades.

Uma das opções de ficar longe de downtown foi a de conhecer o que acontece em Manhattan fora do circuito turismo.
E deu certo.
Fiquei a metros da Broadway (infra-estrutura), a 3 quarteirões do Central Park, 3 quadras do metrô que te leva a qualquer lugar.

Foi perfeito.

- Bom, segui suas dicas desde o Aeroporto (JFK) e tenho algumas pequenas sugestões:
Fui de metrô (AirTrain + Metrô) até o hotel, fazendo a troca de linhas.
Acho que você pode incluir isto como dica, lembrando que paga-se u$ 5.00 para o AirTrain.

- Sua dica do Wendy´s foi ÓTIMA !
Eu já não sou muito fã do McDonalds, então optei para conhecer o que eu não conhecia e o Wendy´s foi bom mesmo.

- Gostei do KFC, apesar de conhecer os do Brasil quando existiam, eles são diferentes e tem uns lanches chamados Snack´s com refri e batata por 3,99 (Dois lanches pequenos, refri de 700ml e uma batata maluquets (risos)
Tinha um bem perto de onde fiquei, mas percebi que não são fáceis em toda a NYC.

- Não gostei muito dos preços da Footlocker.
Apesar de serem incrivelmente menores que os do Brasil, se eu tivesse mais tempo eu garimparia mais.
Creio que deva ter algo ainda mais barato... não sei, tipo ponta de estoque.

- A Jacks 99 é DO CACETE !
Precisei comprar malas para poder trazer o que comprei lá (gargalhando)
Inclusive, oriente em seu blog que QUALQUER pessoa tem que começar suas visitas e compras por lá.
É IMPERDÍVEL e eu poderia ter feito melhores negócios se eu tivesse passado lá antes.

- Achei também umas lojas de presentes na 5a avenida (perto da 42) com bons preços nos souvenirs, mas aí depende de garimpo porque eles têm atrativos diferentes: uns tem camisetas baratas, outros tem chaveiros baratos, é só prestar atenção e sai com bastante coisa de lá.

- Infelizmente a Little Brazil está reproduzindo o que temos aqui né ? = NADA ! :(

- A dica do METROCARD foi ótima e eu usei de todas as maneiras possiveis, inclusive para meu passeio de Bike no domingo, o Bike NY 5 Boro.
Como eu fiquei 12 dias, para mim a inclusão do passe de 14 dias caiu como uma luva!
Economizei uns bons dólares que eu não ia utilizar mesmo.

- Uma boa informação para você incluir é que o acesso a internet na Starbucks é pago (não vi este detalhe no blog).
E se você precisar saber: eles têm planos de fidelidade, mas para mim que fiquei 12 dias eu tive que pagar um plano mensal, sem fidelidade= 49,00 dólares por mês, e você pode cancelar a qualquer momento.
Quem fornece o servico é a tmobile.com (Eu levei meu notebook do Brasil).

- O celular "descartável" também foi uma ótima dica: comprei na radioshack, pertinho do meu hotel e foi só alegria.
Fala muito com o Brasil e paga pouco.
Eu trouxe ele de lembranca e está aqui na minha mesa de peso para papéis (risos)

- E como eu disse, fui para o Bike NY.
Você ja conhecia?
Dá uma olhada em: http://www.bikenewyork.org/

Acontece todos os anos, há 31 anos e você pode visitar de bike os 5 bairros, ou 5 Boroughs como se diz aí.
São 42 milhas de bike com uma super infra-estrutura.
Eu vou fazer de tudo para voltar no ano que vem...

Começa em Downtown e termina em Staten Island, mas não pelo caminho mais curto (gargalhando).
Sobe-se toda Manhattan, passa pelo meio do Central Park todo e por aí vai.
Se você conhece, desconsidere minha info, mas se não conhece, veja o site.
É bem legal e acho que você pode incluir como uma super dica para "lelés" como eu " (risos)

Como participante posso tirar duvidas se alguém te questionar, sem problemas.
Acabei indo sozinho, vi que tinham muitos brasileiros participando, mas não sei se moravam lá ou se tinham ido daqui...

Aluguei a bike pela internet, fiz a inscrição, recebi meu material aqui e foi so alegria.
Apesar dos 9 graus que peguei e não estava acostumado (risos)
Na segunda-feira abriu um sol e calor de 20 graus !
Corri pro Central Park !!! (risos)

Bem, Heny, super obrigado pelas dicas, fique a vontade para questionar e contar com minha colaboração no que for preciso.
Segue em anexo uma "pequena lembranca" que você encontra lá, na Broadway no 2745 e me fez obviamente lembrar de você e de suas dicas.

[]´s
William.
São Paulo - Brasil.


Importante: favor ler as Perguntas Frequentes - FAQ.

11 fevereiro 2009

Livin' in America - O futuro já chegou!


Sempre adorei cinema.
Eu era do tipo que assistia de tudo e o tempo todo. Sabia os nomes dos atores, diretores e roteiristas, quem eram os indicados ao Oscar do ano e quem havia ganhado nas principais categorias nos anos anteriores. Já escrevi críticas de cinema (e fui muito xingado por causa delas). Gostava de cinema americano e estrangeiro, apesar de nunca entender esta divisão, já que americano é estrangeiro para nós brasileiros...

Por isto, uma das primeiras coisas que fizemos assim que chegamos a Nova York foi procurar uma locadora de filmes, pois além de ser mais barato do que ir ao cinema, era uma maneira para ficar antenado no que estava acontecendo.

No entanto, esta primeira locadora acabou indo à falência, então mudamos para uma Blockbuster, que está espalhada por toda a cidade. Alugamos com eles por uns dois meses, mas todo mundo nos dizia: "Sai dessa! A Netflix é melhor!"

Foi quando decidimos descobrir o que era este diabo de Netflix, e tivemos a primeira grande surpresa: esta locadora não possui lojas físicas, tudo é feito pela internet. Você entra no site deles (www.netflix.com, e não estamos sendo pagos pra fazer propaganda!), escolhe o filme que quer assistir dentre uma lista interminável, e você recebe o filme em casa, pelo correio. Quando você houver assistido ao filme, bastar pôr no correio de volta, que eles mandam o próximo da lista, ad infinitum.

Ficamos tão empolgados que começamos a pôr um filme atrás do outro na fila. Hoje, deve haver uns 400 filmes em espera e, mesmo que eu reencarne umas 3 vezes, não conseguirei assistir a todos. E também já não sou mais o cinéfilo que era e me surpreendo muitas vezes ao ver um filme do qual não sei quem são os atores, ou quando chega a época do Oscar e eu ainda não vi nenhum dos indicados nem sei do que se tratam. Ou seja, na fila da Netflix vão se acumulando filmes essenciais, e simplesmente não haverá tempo hábil para assisti-los.

Sou duma geração que conviveu com o advento dos primeiros videogames. Tive um Atari, um Nintendo, meus amigos tiveram um Master System e o Megadrive, depois da escola eu ia até uma locadora de jogos para jogar Super-Nintendo (foi a época da febre do Street Fighter e a piazada se aglomerava diante da TV para ver o Dhalsim, o Guile, a Chun-Li, ou Blanka quebrando pau) e acompanhei o surgimento do Playstation. Depois, meio que entrei num limbo do que estava ocorrendo neste universo, até que, ano passado, minha esposa pediu para comprarmos um videogame para o aniversário dela. Fizemos uma pesquisa e optamos pelo X-Box 360.

Os primeiros dias foram de euforia. Horas e mais horas jogando aqueles jogos incríveis! Compramos até a guitarrinha para o Guitar Hero III e um tapetinho de dança. Mas depois dum tempo, o videogame ficou encostado. Fazia alguns meses que nem o ligávamos direito, quando, esta semana, ele foi ressuscitado. Então descobrimos a novidade: agora era possível assistir a filmes da Netflix através do videogame. Bastava que nós o ligássemos à internet que podíamos acessar parte do acervo desta locadora virtual, e o controle remoto era o joystick.

Neste momento, senti-me quase como minha mãe, que não sabia como ligar o videocassete, ou que levou semanas para aprender a mandar um e-mail; passar o filme adiante ou pausar era um enigma. E assim como já não consigo mais acompanhar os filmes que passam no cinema, fiquei imaginando o dia em que não mais acompanharei as mudanças da tecnologia. Por enquanto, ainda consigo, capengando, lentamente, mas ainda me ponho à par das revoluções que a internet têm provocado. No entanto, sem dúvida, chegará um tempo em que eu terei de pedir a meus filhos (não os tenho, mas digo hipoteticamente) para me ensinarem algo que, para eles, é inacreditavelmente óbvio.

O futuro já chegou e, aos poucos, nós vamos nos tornando parte do passado, obsoletos. Este é o ciclo da vida.

09 fevereiro 2009

A Crise em Nova York: verdades e mitos

Desde que toda esta crise começou, primeiro com a bolsa imobiliária e depois com o "derretimento" das bolsas de valores em todo o mundo, isto em meados de 2008, muitas pessoas nos têm indagado como andam as coisas em Nova York e como a cidade tem sido afetada pela recessão.
Portanto, vamos tentar esclarecer algumas verdades e mitos, segundo a nossa percepção do cotidiano em Nova York.

1 - Os preços baixaram na cidade

Mito. Tudo continua exatamente como antes, existem épocas de promoção, e épocas sem promoção. O que tem ocorrido é que algumas lojas, porque precisam liquidar o estoque, tem feitos grandes descontos, mas mesmo assim nada muito atrativo, se pensarmos que a loja estava falindo.

2 - Todo mundo está perdendo o emprego ou está desempregado

Parcialmente mito. Muita gente tem perdido o emprego, especialmente em áreas relacionadas ao mercado financeiro. Apenas agora, quase seis meses após o começo da crise, é que as demissões têm começado a afetar o cidadão comum, com grandes redes, como Starbucks, e com a própria Prefeitura da cidade cortando gastos.
Mas, mesmo assim, ainda tem muita gente empregada e a cidade continua ativa como sempre, principalmente em se tratanto de turismo.

3 - A violência está aumentando na cidade e tem mendigo pra todo o lado

Parcialmente verdade. De fato, estamos começando a ver certas coisas que não víamos há um ou dois anos. Há bem mais mendigos circulando pelas ruas, pedindo esmolas nas estações de metrô e nos trens. No entanto, tais pedintes não são agressivos nem intimidadores (por enquanto), e não chegam a incomodar mais do que o simples fato de ser abordado na rua incomoda.
Já em se tratando de violência, não tenho dados estatísticos, mas aparentemente ainda está controlada, mas com as grandes demissões previstas para a polícia neste ano de 2009, podemos esperar um aumento na criminalidade, mas nada comparável aos índices de qualquer grande cidade brasileira.

4 - Os espetáculos da Broadway fecharam por falta de público

Parcialmente verdade. Todo os anos, em janeiro e fevereiro, vários teatros da Broadway renovam os shows. Assim, muitas das peças que fecharam realmente estavam passando por maus bocados e amargando teatros vazios. Por outro lado, muitas peças de sucesso também sairam de cartaz, como foi o caso de Hairspray, quer dizer, foi uma combinação de ciclo natural da Broadway com a crise.

5 - Muitas lojas estão fechando

Verdade. E isto era algo que um mês atrás não se via em Nova York. O que ocorreu foi a quebradeira de algumas grandes redes, como a Circuit City, a CompUSA, ou a Bombay, mas recentemente, começamos a perceber a falência de pequenas lojas, que provavelmente não aguentaram a falta de fregueses, e de outras grandes redes, como a Steve & Barry's.
No entanto, do mesmo modo que muitas lojas têm fechado, várias outras também estão sendo abertas, e aquelas que resistirem este momento só se fortalecerão no mercado, como tem sido o caso da Best Buy, da Apple, do Wall Mart, do MacDonald's, da Bed, Bath & Beyond, e do Jack's 99 cents, que estão tendo lucros recordes nesta época.
Ou seja, é ruim para algumas e muito bom para outras.

6 - Os imigrantes (os brasileiros, em especial) estão deixando os EUA e voltando para seus países de origem

Parcialmente verdade. Isto se deve a alguns fatores, mas o principal é o valor do dólar em comparação ao real. Houve uma época que o dólar era mais forte, e para quem manda dinheiro para seus parentes, ou para comprar imóveis em seu país de origem, valia muito a pena a vida nos EUA. Hoje, as pessoas têm de trabalhar muito mais para juntar menos, e com a crise imobiliária, grande parte do pessoal que trabalha com construção civil (dominada pela mão-de-obra imigrante) está perdendo o emprego ou trabalhando menos.
Para alguns imigrantes, então, aparentemente vale mais a pena retornar a seu país de origem, aguardar que a situação melhore nos EUA, ou migrar para a Europa, para países como Inglaterra ou Portugal, com a falsa expectativa de que a crise não os esteja afetando.

7 - As filas de desempregados são de dar volta nos quarteirões

Mito, ou um parcialmente um mito. Eu, até agora, não vi nenhuma fila de desempregados. O que vi, pelo menos até dezembro, era fila de turistas para subir no Empire States, fila de turistas para pegar os ônibus de turismo, fila de turistas para comprar ingresso para a Broadway. Um dos leitores do blog me escreveu, estupefato, porque havia tentado ir jantar no Carmine's e o tempo médio de espera era mais de 2 horas, ou apenas com reserva.
Quer dizer, se existem as filas de desemprego (o que não ponho em dúvida), elas estão bem longe das áreas turísticas e, aparentemente, não estão dando a volta no quarteirão.

Considerações finais

Todo o barulho que tem sido feito em torno desta crise nos dá a impressão de que isto nunca aconteceu antes. Uma das características do capitalismo é justamente estes altos e baixos da economia, épocas de grandes lucros e de grandes prejuízos.
Apesar de os EUA serem o maior responsável pela crise econômica que se alastrou pelo mundo, parece haver um consenso entre os economistas de que também será o primeiro país a se recuperar, pois os investidores deixarão de investir em países emergentes para se concentrarem em opções mais seguras. Como não sou economista e nem entendo muito do assunto, balanço a cabeça e concordo.
O fato é que pouco se falava sobre a crise, nos EUA, até pouco tempo atrás. A mídia brasileira tem batido nesta tecla muito mais do que a americana e apenas agora é que os jornais têm abordado o assunto, quase sempre apresentando alternativas para conseguir superá-la.
Graças ao turismo, Nova York será uma das últimas grandes cidades americanas a realmente sofrer os efeitos da crise, pois, por mais que os nova-iorquinos estejam se controlando na hora de gastar, os turistas ainda estão por aí e gastando mais do que nunca, ou seja, ruim para alguns, bom para outros.

07 fevereiro 2009

Mãos-de-Vaca na Mídia - Comunica Tudo


Entrevista com Henry Alfred Bugalho


Henry Alfred Bugalho, 28 anos, é graduado em Filosofia e especialista em Literatura e História, é autor de quatro romances, do best-selling "Guia Nova York para mãos de vaca”. Escritor colaborador em alguns sites, nasceu no Brasil e hoje vive em Nova Iork. Em entrevista fala sobre a Oficina Editora, Samizdat, propriedade intelectual, literatura e outros assuntos.

Marcelo Augusto D’Amico – Primeiramente, é com enorme satisfação que faço esta entrevista. Tenho muitas perguntas, mas selecionarei algumas, caso contrário esta entrevista se tornará um livro (risos). Comecemos pelo "Guia Nova York para mãos de vaca”, com matérias publicadas no Globo, portal Terra, enfim: como foi a repercussão do Guia e como surgiu a idéia do formato em livro?

Henry Alfred Bugalho – Ao contrário dos meus outros livros, o guia de Nova York foi obra do acaso. Eu mantenho blogs desde 2004, mas a maioria sempre permaneceu naquele limbo dos blogs, alguns poucos leitores fiéis e muitos perdidos que chegam lá acidentalmente. Mudei-me para Nova York em 2006 e logo descobrimos, eu e minha esposa, que aquele papo de que Nova York é a cidade mais cara do mundo era um mito. Desta descoberta, surgiu a idéia de criar um blog para contar nossas descobertas sobre esta cidade maluca, voltado para aquele turista que sabe qual é o valor do dinheiro. Então comecei a falar de museus, restaurantes, passeios, lojas, ou qualquer outro assunto que se encaixasse no perfil do viajante econômico, denominado por nós como "mão-de-vaca". Após um ano mantendo o blog, os leitores insistiam para que nós lançássemos um guia, compilando as dicas que já estavam no blog. Quando demos uma olhada no conteúdo que possuíamos, o livro estava praticamente pronto. Só adicionamos mais algumas dicas e mandamos para a gráfica.
No entanto, a primeira grande dúvida nossa foi: tentar publicar por uma editora comercial ou por conta própria?
Entramos em contato com as editoras e algumas demonstraram interesse, no entanto, apenas para testarmos a repercussão, lançamos também uma edição independente e o sucesso foi tão grande e inesperado que desistimos de publicar por uma editora comercial, e isto por duas razões principais: 1 - poderíamos continuar divulgando o material através do blog, sem custo algum para os leitores; e 2 - o nosso lucro é muito maior, enquanto que com uma editora comercial nosso lucro seria de 10% do preço de capa, com a venda dos e-books nosso lucro é de 100%.
Assim, o blog se tornou a vitrine do guia, e quem o adquire sabe muito bem o que está comprando.
Apesar de ter começado como um projeto despretensioso, logo descobrimos que o "Guia Nova York para Mãos-de-Vaca" estava suprindo um nicho quase inexistente no Brasil e isto é, em boa parte, o segredo de sua aceitação.

MAD – Além do Guia, você também participa da revista Samizdat: como surgiu o projeto? E mais, no blog, o texto “Por quê Samizdat?” lembra algo de Foucault e Adorno (autores que estou lendo agora). Existe alguma relação teórica na concepção da revista?

HAB – A Revista SAMIZDAT é a terceira etapa duma idéia que começou numa comunidade do Orkut, a "Escritores - Teoria Literária".
A verdade é uma só: todo escritor quer ser lido. E a internet propiciou a uma legião de autores que jamais seriam lido em outra época a oportunidade de mostrarem seus trabalhos. Antigamente, os textos de autores inéditos iam para o fundo da gaveta e de lá para o lixo; hoje, eles vão para um blog, ou para um site de relacionamentos. Por isto, ficou muito difícil para o leitor separar o joio do trigo; são tantas as opções, que acabam sendo opção nenhuma. Quando criei aquela comunidade do Orkut a intenção era evitar esta mendicância literária - "leiam-me, por favor!" -, lá, só poderia haver debates sobre o fazer literário, sobre como escrever bons textos. No entanto, após algum tempo, percebi que apenas isto não bastava, por isto abri uma segunda comunidade, para realizarmos uma espécie de oficina literária virtual, onde poderíamos escrever e analisar os textos uns dos outros. E o nível foi tão espantoso, com autores tão talentosos e com uma produção tão diversa - pois lá há autores de vários estados brasileiros e de várias cidades portuguesas -, que concluímos que precisávamos expor os resultados para outras pessoas. Foi quando surgiu a SAMIZDAT.
O nome da revista foi selecionado através duma votação. Eu o propus após ter lido uma biografia sobre Alexandr Solzhenitsyn e como ele, durante os tempos da repressão soviética, distribuía seus romances através de publicações clandestinas, conhecidas como samizdats. O princípio era simples, qualquer um que recebesse um samizdat - que poderia ser ficção, crônicas, ou crítica ao governo - deveria fazer uma cópia, ou cópias, e passar adiante. Então as samizdats se proliferavam pelo submundo da USRR, através de cópias datilografadas ou mimiografadas.
A relação que você estabeleceu entre Foucault, Adorno e a SAMIZDAT procede, pois hoje não estamos, pelo menos no Brasil e em Portugal, sob um regime repressor, mas estamos dominados por um processo de exclusão determinado pura e simplesmente pelas leis de mercado.
Vende? Então é publicável.
Só que existe um problema sério neste raciocínio: como saberemos se uma obra literária é vendável se ela não for submetida ao crivo popular?
Então a Indústria Cultural acaba por se auto-alimentar, sempre arriscando em assuntos, gêneros e autores confortáveis, cujo retorno financeiro será certo, vetando assim qualquer renovação.
A proposta da SAMIZDAT é a proposta da própria revolução cultural que tem surgido através da internet: esta renovação das artes tem de vir de fora, tem de surgir pelas mãos de quem está fora do processo. Aquele criador que desde sempre esteve relegado às sombras, agora pode ser visto, conhecido e lido, sem precisar se pautar por princípios mercadológicos. Quem quiser ler, leia, é de graça; e é de altíssima qualidade!

MAD – Um livro podendo ser comprado ou “baixado” gratuitamente na internet, como por exemplo “O Covil dos Inocentes”, faz alguns escritores encararem esta atitude como um “suicídio financeiro” do autor. Esta também é a proposta da “Oficina Editora”. Você acha que um formato pode prejudicar o outro?

HAB – Este é um problema sério e algo que as novas gerações de escritores terão de solucionar.
Tanto "O Covil dos Inocentes" quanto o "Guia Nova York para Mãos-de-Vaca" partem do mesmo fundamento: a cultura deve ser livre. Ambos podem ser lidos gratuitamente em blogs, mas há uma única diferença, o e-book do guia é comercializado, o e-book do romance é baixado gratuitamente.
Isto não é por acaso.
Quando um autor desconhecido escreve um romance, ele está buscando um espaço entre vários outros autores conhecidos e milhares de outros desconhecidos. São muitas obras para poucos leitores, então as editoras fazem uma primeira triagem, as livrarias uma segunda, e, por fim, o leitor é quem decide. Agora, imagine a seguinte cena: numa prateleira há um livro meu, outro do Paulo Coelho e um terceiro de Luís Fernando Veríssimo. O leitor não me conhece, mas conhece muito bem aos outros dois. Qual será a dúvida dele: Paulo Coelho ou Veríssimo? O autor desconhecido está fora do páreo. O leitor tem uma expectativa, e ele escolherá aquele livro que provavelmente a suprirá. Ele não tem como saber se a obra do autor desconhecido é tão boa, ou melhor, quanto as dos outros autores.
Eu até tentei vender "O Covil...", mas só conseguir vender 2 exemplares. Livro custa caro; o leitor não vai se arriscar. No entanto, desde que disponibilizei o e-book para download gratuito, foram baixados quase 300 exemplares num curto espaço de tempo. E teve leitor me contatando para elogiar a obra. Quer dizer, neste caso, "suicídio literário" seria tentar competir em pé de igualdade com quem já é estabelecido.
Já o guia de Nova York, ele é único em língua portuguesa, não há nada parecido com ele no mercado. Logo percebi que eu poderia torná-lo rentável. Além disto, houve uma lógica muito básica nisto tudo: "um indivíduo vem a NY para fazer turismo. Ele vai gastar tranqüilamente 3 ou 4 mil dólares na viagem, que mal vai lhe fazer gastar 12 reais num livro que pode cortar seus gastos pela metade?"
Ou seja, no final das contas, eu vendo o que é vendável, assim posso distribuir gratuitamente o que ainda não é. E mesmo se um dia for, pela minha experiência, livre acesso à informação e à cultura só ajuda na comercialização duma obra.
A Oficina Editora é, de certo modo, uma expressão disto. Os autores que fazem parte dela sabem das dificuldades de se vender um livro, mas também não querem abrir mão de serem lidos. É uma troca: um livro gratuito por um pouco de atenção do leitor. Talvez, este mesmo leitor seja aquele que comprará um livro nosso quando este estiver na livraria. Assim, a dúvida será: o livro do Paulo Coelho, do Veríssimo ou o meu?

MAD – Ainda relacionado ao mundo virtual, existem muitos debates sobre direitos autorais, Creative Commons, propriedade intelectual; principalmente questionamentos sobre dispor uma obra na internet e ficar desprotegido de seus direitos de autor. O que você pensa deste assunto?

HAB – O momento em que estamos é duma crise paradigmática. Em breve, muitos daqueles conceitos que nos eram patentes se tornarão obsoletos. Os direitos autorais, ou melhor, os copyrights, foram criados para proteger o autor, para resguardá-los em seus direitos sobre a obra literária, isto numa época em que o mundo editorial era um "oba-oba". Vale lembrar que o próprio Cervantes foi plagiado. No entanto, os copyrights acabaram se tornando uma arma para excluir uma parcela gigantesca da população de ter acesso à cultura. O que era uma proteção do criador, tornou-se uma maneira de penalizar os leitores e aumentar o lucro das editoras. Tudo passou a ser dinheiro, dinheiro, dinheiro.
Mas a era digital inaugurou uma nova mentalidade.
A primeira grande mudança tem sido a relação entre produtor cultural e receptor. Anteriormente, os limites eram muito distintos. Havia os produtores, no topo duma pirâmide cultural; eles determinavam o conteúdo, o que as pessoas queriam consumir. Agora, qualquer um é um produtor cultural. Fulano vai no youtube e põe um filme caseiro; cicrano vai no blog e posta um conto; beltrano grava um mp3 caseiro e milhões de pessoas ouvem sua música. Está havendo uma democratização da arte, não apenas no sentido de acesso a ela, mas de possibilidade de todos se tornarem também criadores.
A segunda mudança tem a ver com os modos de divulgar o trabalho. Antes, para um autor inédito, a única saída era distribuir o manuscrito entre amigos. Com a internet, qualquer um pode ser visto por milhares de leitores numa questão de segundos. E esta interatividade é crucial em nossos tempos. Os escritores sempre reclamaram que a escrita era um ofício solitário. Hoje, não é mais. O autor que não dialoga com seus leitores, que não respeita seus comentários, que não tentar compreender seus anseios, está fadado.
E a terceira, e talvez a mais importante, está se instaurando uma nova relação entre o autor e sua obra. Os escritores aos poucos estão começando a perceber que não são donos de seus textos, que o que fazem pertence a uma grande trama de outros textos, de outras referências, mais ou menos aquilo que Foucault chamou de "a morte do autor". E esta noção de que "o que é meu, também é de todos" está gerando uma rede de produção coletiva e a Wikipédia talvez seja o maior exemplo disto. São milhares de pessoas colaborando para criar uma gigantesca enciclopédia, e ninguém ganha nada com isto, nem mesmo notoriedade. É um anonimato colaborativo que permite o surgimento de algo grandioso.
Ou seja, nós estamos no olho do furacão. Todas estas mudanças ainda nos causa aporia, enche-nos de questionamentos. Estamos vendo a queda dos velhos paradigmas, mas ainda não podemos vislumbrar quais serão os novos. Certamente que o autor do futuro breve terá de encontrar novas formas de gerar renda, talvez através de anúncios publicitários (que têm migrado da mídia impressa para a internet), ou através de patrocinadores. Mas algo mudará, e seremos talvez menos ambiciosos, mais conscientes da nossa pequena participação numa enorme engrenagem cultural.
A cultura que se originará deste processo estará em oposição à cultura de massas, não será mais algo voltada para todos, mas sim para nichos, para pequenos grupos, para pequenas comunidades. Todos terão de encontrar seus leitores, e todos terão de encontrar também seus autores.

MAD – Costumo abordar com escritores a falta de hábito da leitura nos brasileiros. Você, como morador da “Big Apple”, nota diferença entre Brasil e EUA neste aspecto?

HAB – Eu escrevi um artigo sobre isto, chamado "O Medo do Livro". No Brasil, os programas de alfabetização surgiram simultaneamente ao advento da TV. O brasileiro possui uma TV em casa, mas nunca leu um livro na vida. Estamos diante duma competição desigual. E livro é um artigo de luxo, custa caro, é um entretenimento com prazo de vencimento (o ponto final) e individual. A TV é coletiva e sempre apresenta novidades.
Nos EUA e na Europa, por outro lado, as revoluções tecnológicas na área de cultura ocorreram aos poucos. Primeiro a imprensa, depois o rádio, o cinema, a TV, o videocassete, a internet, e assim por diante. Foram etapas, e quem aderiu a uma não perdeu o hábito da outra. E as empresas investem pesado para não perder seus consumidores. Livro nos EUA é baratíssimo - algo em torno de 10 dólares -, se você comprá-lo num sebo, pode sair por centavos. Eu, em pouco mais de dois anos, tenho mais livros do que nos 26 anos que vivi no Brasil. Aqui, cultura não é inacessível. Você vai num biblioteca pública e pode emprestar até 30 livros duma só vez, e tem uma biblioteca por bairro. Quer dizer, há uma infraestrutura cultural que abarca desde quem tem grana até quem não tem. Isto facilita o acesso.
Além disto, os americanos já compreenderam que você tem de saber qual é o seu leitor, e por isto existem linhas editorais para vários segmentos da sociedade: para negros, para homossexuais, para mulheres, para estrangeiros. Deste modo, a leitura passa a se tornar também um posicionamento ideológico, uma demonstração de identidade.

MAD – Hiperficção: constitui-se de histórias repletas de bifurcações e com várias escolhas de seqüência narrativa. Você já se aventurou por este gênero, e como fica o processo de criação num gênero não linear de história?

HAB – Eu arrisquei neste formato por um breve período, mas o planejamento duma narrativa longa é algo extremamente complexo. E o público é muito limitado. Acaba não valendo muito o esforço, no final das contas.
Cheguei até a escrever um manifesto para defender o formato, mas descobri que eu estava sendo ingênuo, pois acreditava que ninguém mais estava se arriscando em produzir hiperficções. Recentemente, li um livro teórico de Aarseth sobre aquilo que ele batizou de "literatura ergódica", ou seja, aquela literatura que rompe o fluxo tradicional de leitura - e a hiperficção é uma forma de literatura ergódica - e descobri que isto tem sido feito por milhares de anos. O I-Ching é usado como um exemplo, um livro que é consultado através dum oráculo e que não foi feito para ser lido de cabo a rabo.
A internet provou ser um ambiente bastante propício para a criação de hiperficções, pois é um universo tridimensional, ao invés da "bidimensionalidade" do livro físico. Atualmente, estou escrevendo um romance não-linear, mas não ando muito motivado...

MAD – Quais autores ou livros, para você, são essenciais na literatura? Quais obras você considera geniais?

HAB – Esta é uma pergunta muito difícil. Eu posso pensar nos autores que são "essenciais para mim", mas a lista é tão grande que eu nem saberia por onde começar. Mas só para citar alguns: Jorge Luis Borges, Kafka, Dostoievsky, Machado de Assis, Fernando Pessoa, Pushkin, Balzac... Posso dizer que, na minha vida, existem três abismos literários, que são aquelas obras que mudaram minha concepção de literatura: "Ulisses" de James Joyce, "Ficções" de Jorge Luis Borges e "O Livro do Desassossego" de Fernando Pessoa. Para mim, é muito difícil criar tendo tais sombras sobre mim. É uma luta página após página.

MAD – Por fim, agradeço muito por esta entrevista, e gostaria que deixasse aqui seus principais endereços para quem quiser lhe conhecer mais.

HAB – Só de blogs eu tenho quase uma dúzia (risos). Bem, o trabalho literário que mais me tem dado satisfação é a Revista SAMIZDAT (www.samizdat-pt.blogspot.com). Há o meu blog no qual traduzo algumas dicas para escritores iniciantes e posto ensaios meus, que é o "Blog do Escritor" (www.blogescritor.blogspot.com) e o meu pessoal, com contos, "Miríades" (www.miriades.blogspot.com). Por fim, mas não menos importante, é o meu trabalho mais distante da Literatura e o que mais tem rendido frutos, o "Nova York para Mãos-de-Vaca" (www.maosdevaca.com). Há outros, mas ficam pra próxima...
E eu sou quem agradece pela atenção, Marcelo.

Publicada no blog Comunica Tudo em 4 de dezembro de 2008



Importante: favor ler as Perguntas Frequentes - FAQ.

06 fevereiro 2009

Foto da semana - Chrysler Building

(clique na foto para ampliá-la)

Pretendo dar uma animada no blog "Nova York para Mãos-de-Vaca" e me obrigar a atualizá-lo mais frequentemente, por isto, vou criar algumas seções novas, como esta: Foto da Semana.
A ideia é postar uma foto nova toda sexta-feira, mostrando pontos turísticos, locais ou pessoas curiosas, ou simplesmente algumas fotos artísticas tiradas em NY. E como também faço alguns trabalhos fotográficos na cidade, aqui está a oportunidade para compartilhá-los com vocês.

A primeira é do Chrysler Building, um dos edifícios mais charmosos da cidade, localizado na Lexington com a rua 42. Este prédio em estilo Art Deco foi construído em 1930 e, durante 11 meses, foi o prédio mais alto do mundo, ultrapassado pelo término do Empire State Building (fonte: Wikipédia).

Esta foto foi tirada num dos dias mais bonitos do verão nova-iorquino de 2008.

05 fevereiro 2009

Dica da leitora - Camila Alcântara

*

Acabei de voltar de New York e quero agradecê-los pelas dicas super úteis. Foi essencial comprar o guia. Ele me ajudou pra caramba!! Usei muito, muito mesmo.

Tem duas dicas super legais que quero dividir com vocês, pois acho que vale a pena.

Woodbury, ir ou não ir???
TEM QUE IR!

Não sei se é por causa da crise financeira ou se lá é sempre cheio de promoções como tive a sorte de pegar. Logo no aeroporto recebemos de uma brasileira a dica para irmos lá no primeiro dia, pois assim se não gostássemos de nada, não perderíamos tempo deixando de comprar as coisas em Manhattan pensando se encontraríamos ou não mais barato lá no outlet. Fechamos com um motorista brasileiro uma van para 06 pessoas e ficou 55 dólares por pessoa - ida e volta- com a comodidade de o motorista ficar cuidando das sacolas na praça de alimentação e ir embora a hora que a gente quisesse, pois se fosse ruim iríamos embora na hora do almoço. Sei que não é nenhuma barganha, mas não ficou tão caro comparado ao ônibus que faz o percurso por 40 dólares, com hora certa para chegar e ir embora e ter que ficar carregando as sacolas o dia todo (o que teria sido impossível, visto a empolgação que tivemos lá). Fora isso, quando se vai com algum guia, ele nos dá um livrinho cheio de cupons com mais descontos. A maioria das lojas dá um desconto de 10 a 20% sobre todos os itens, mesmo que já estejam na promoção.

Apesar de existir sim lojas que mesmo tendo desconto ainda são inviávies pelo preço, por exemplo Giorgio Armani, que mesmo com 30 ou 40% de desconto, ainda é pesado, a grande parte das lojas lá são acessíveis.

Na loja da Guess, fiquei maluca! Bolsa lançamento da Guess da linha da modelo Heidi Klum, linda de viver, por 70 dólares mais o desconto de 15% do cupom dado pelo guia, quando no Brasil custa +/- 700 reais. Comprei uma carteira maravilhosa por 18 dólares, um relógio feminino com strass por 55 dólares. Enfim, coisas lindas mesmo por preço ótimos comparados ao Brasil. Ah, calça jeans feminina paguei U$30,00 (fora o desconto do livrinho).

Na loja da Nike duas camisetas masculinas, super bonitas e de tecido ótimo, por U$20,00. Conjunto com 03 pares de meias esportivas por U$3,00. Os tênis lá são super em conta, porém você não acha nenhum lançamento. Tem modelos lindos, super aproveitáveis na faixa dos U$40 ou 50 dólares. Na loja da Nike não tem nenhum cupom adicional, o que é exceção.

Agora a maior barganha de todos foi a loja da Tommy Hilfinger. Lá fizemos a festa. As tradicionais pólos estavam por U$25,00 mais o desconto do livrinho dado pelo guia, sendo que no final o preço ficava perto dos U$20,00. Cuecas, casacos, blusas de lã (que em janeiro paguei R$325,00 no shopping em Campinas para o meu marido, saiu por U$19,00!!!). Foi uma festa!!

Tem uma lojinha de cosméticos e perfumes lá (não me lembro o nome, só lembro que fica ao lado da loja da Lacoste), em que os perfumes estavam muito mais baratos do que no free shop. A loja da Gap também estava com preços ótimos, por exemplo: calça de veludo linda por U$12,00.

Enfim, foi lá que acabamos fazendo as maiores compras. Ainda bem que fomos no primeiro dia, pois não encontrei em nenhum outro lugar de New York coisas tão baratas e de tão boas qualidades quanto em Woodbury. Na verdade cheguei a ver diversas vezes produtos que tinham no outlet em outras lojas mas sempre bem acima do preço.


Outra dica importante é sobre o City Tour

Para quem nunca foi a New York é obrigatório fazer o city tour. Fizemos com uma das empresas que fazem o passeio em um daqueles ônibus que não tem teto, para facilitar a visualização dos prédios. O preço é meio salgado (U$39,00/pessoa), mas é a melhor forma de conhecer os principais pontos da cidade. Ele passou por diversos bairros, passou perto do local onde eram as Torres Gêmeas, parou na balsa para quem quisesse ir até a ilha onde fica a Estátua da Liberdade, passou em Little Italy, Chinatown, Pier 17, 5ª Avenida, etc. Além disso comprando o "passe" você pode utilizar por dois dias a qualquer hora o tal do ônibus, o que acaba sendo ótimo. Assim: você pega o ônibus na Broadway e desce no Pier 17 para almoçar. Os ônibus passam regularmente (são ônibus circulares, como os de linha) e você pode subir em qualquer outro ônibus da empresa em qualquer horário, basta apresentar o tíquete. Depois do almoço você pode novamente pegar o ônibus e parar em Chinatown (outro lugar necessário) e para voltar para a Broadway, pegue novamente o ônibus do tour. E você tem dois dias para conhecer todos esses lugares. Acaba valendo a pena. Fizemos o tour em inglês mesmo, mas fiquei sabendo que é possível fazer esse mesmo trajeto com guia brasileiro. Basta informar-se.

Ah, ressaltando uma dica que você já tinha dado: os melhores preços de eletrônicos acabaram sendo na Best Buy mesmo. O atendimento realmente deixa um pouco a desejar, principalmente na loja da 5ª avenida. Depois fui em uma outra loja, que fica na 6ª e o atendimento foi bem melhor, pois o movimento da loja não era tão grande. Vale a pena procurar por lojas que fiquem mais fora do circuito turístico.

Muito obrigada pelas dicas e continuem com esse projeto tão especial!!

Obrigada
Camila


Importante: favor ler as Perguntas Frequentes - FAQ.

04 fevereiro 2009

Mãos-de-Vaca na Mídia - O que se tem falado da gente por aí




Correio Braziliense
Hostelbookers
Portal 247
Viajeaqui
Techtudo (globo.com)
Embarque na Viagem
Minha Próxima Viagem (Royal Palm Hotels & Resorts)
Folhape
Uol Viagens/Infomoney
Jornal Correio (Bahia)
TV Cultura
Revista MRV
Jornal da Band e Band News
Rádio Bandeirantes
Portal G1
O Popular
Revista Alfabarra Hoje
Portal G1 (Bienal Livro)
Plus Way - Intercâmbio Cultural
O Liberal
A Notícia
A Tribuna (Santos)
Folha de Pernambuco
Rádio Eldorado
Melhores Destinos
Jornal da Tarde
Portal CVC
EXCO - Exhaust Corporation
Revista Imprensa
Correio Popular (Campinas)
O Estado de S. Paulo
O Tempo
Revista TAM nas Nuvens
Comunica Tudo
O Globo Online
O Globo
Jornal A Tarde
A Tribuna (Santos)
Em Dia News
Portal Terra
Jornal Comunidade News
Brazilian Journal
Revista Minha Viagem
Planeta Brasil (Globo Internacional)


Importante: favor ler as Perguntas Frequentes - FAQ.

Mãos-de-Vaca na Mídia - Revista TAM nas Nuvens


Eduardo Graça

Rio de Janeiro e São Paulo. Paris e Londres. Madri e Barcelona. Difícil pensar em opostos mais exatos do que Nova York e Los Angeles. No entanto, poucas metrópoles exercem um fascínio tão grande em Hollywood quanto a capital informal do planeta.
Um frequentador típico das salas de cinema torna-se íntimo de Manhattan. Pequenos instantâneos que servem de garantia ao turista de que a relação à distância só tende a esquentar com uma visita. A TAM nas Nuvens se oferece para levar o leitor pelos quatro cantos da cidade acompanhado por alguns dos maiores diretores e atores do planeta.

Quando o empresário Michael Bloomberg (fundador da Bloomberg Television) sucedeu Rudolph Giuliani na Prefeitura de Nova York em 2002, ele decidiu que a cidade deixaria de perder investimento da indústria cinematográfica para o Canadá. Os produtores de Hollywood reclamavam que NY era muito cara e complicada para se filmar. Mas foi em 2004 que essa situação começou a mudar, com a implementação de um plano que abatia 15% dos impostos sobre produções qualificadas na cidade (seguido por abatimento de 20% do estado de Nova York, alcançando 35% de isenção). O programa ainda foi expandido, alocando US$ 30 milhões por ano até 2011 para o Office of Film, Theatre and Broadcasting nova-iorquino investir. O resultado é: 10 mil empregos e US$ 1,5 bilhão por ano desde então. Quatro ano depois, o número de dias de gravação locados na cidade havia dobrado, pois esse office também garante policiamento, aluguel de locações e licenças grátis. Até metrô centenário pode ser utilizado sem grandes burocracias.

Dois brasileiros - o casal de namorados Henry Bugalho, 28, e Denise Nappi 27 - descobriram que não só as locações são atrações turísticas como também as filmagens per se. E o que é melhor: não se paga nada para acompanhar e, para os mais sortudos, se pode até fazer parte de uma cena de cinema.

Autores do guia Nova York para Mãos-de-Vaca, uma boa sacada que reúne dicas sobre como aproveitar Nova York sem gastar muito, Henry e Denise contam que prestam atenção em alguns pontos da cidade para conseguir, quem sabe, conversar com os medalhões de Hollywood. "Em geral, um ou dois dias antes de as filmagens começarem, a produção espalha cartazes pelas ruas que serão usadas nos filmes. Muitas vezes, além dos horários, do nome do diretor e do elenco, eles informam até a sinopse do filme!", conta Henry Bugalho. "Nós também prestamos atenção na concentração de caminhões usados pelas equipes de filmagem. Foi assim que demos de cara com Ashton Kutcher e Cameron Diaz gravando em pleno Gramercy Park para Jogo de Amor em Las Vegas. Eles estava saindo do camarim para o break do almoço, foi ótimo!"

A dupla destaca as áreas preferidas da cidade para se acompanhar a movimentação da turma do cinema e da televisão. "São o Gramercy Park, o Stuyvesant Park (no East Village) - onde você vês as gravações das séries Damages, com a Glenn Close, e Gossip Girl, bem popular no Brasil - o West Village e o Madison Square Park."

Outra dica do guia Nova York para Mãos-de-Vaca é prestar atenção nas promoções oferecidas pelas empresas especializadas em passeios pelos cenários da cidade imortalizados pela sétima arte, como a On Location Tours (347 5th avenue, Nova York, 212/209-3370). A companhia tem um passeio de ônibus de três horas chamado Manhattan TV & Movie Tour, em que exibem 80 locais que já foram cenário de séries como Law & Order, Will & Grace, Seinfeld e the Cosby Show. Entre os 40 filmes do roteiro, Bonequinha de Luxo, Os Caça-Fantasmas, Homem-Aranha e Esqueceram de Mim 2. Outro é o Central Park Movie Tour, que dedica duas horas aos filmes ali gravados.

Ao fim dos passeios, é possível ter a certeza de que Nova York é mesmo um sonho na escuridão do cinema ou na poltrona de casa. Mas a cidade é ainda mais iluminada e convidativa ao vivo.

***

New York in the Movies
Eduardo Graça

Rio de Janeiro and São Paulo. Paris and London. Madrid and Barcelona. It's hard to think of cities more totally opposed to each other than New York and Los Angeles.
However, not many metropolis fascinate Hollywood as much as the planet's informal capital. A typical movie fan who frequently goes to the cinema gets to intimately know Manhattan and those images are guaranteed to wet the tourist's appetite for a visit. TAM nas Nuvens is here to take the reader for a tour around the city, in the company of some of the most famous directors and actors of the world.

When American entrepreneur Michael Bloomberg (founder of Bloomberg Television) took Rudolph Giuliani's place as mayor of New York in 2002, he decided New York would no longer miss out on investments from the movie industry to Canada. Hollywood producers complained that NY was too expensive and too complicated for shooting. But the situation only began to change in 2004, with the implementation of a plan to rebate 15% of municipal taxes on qualified productions made in the city (followed by a rebate of 20% in taxes offered by the state of New York, reaching a tax exemption of 35%). The program was expanded further, with the allocation of US$ 30 million per year up to 2011 invested by the Mayor's Office of Film, Theatre and Broadcasting. The result is: 10 thousand jobs and US$ 1,5 billion per year since the beginning of the program. Four years later, the number of days of film making in the city have doubled, as this office also guarantees police supervision, location rentals and free licenses. Even the centenary subway can be utilized without much bureaucracy.

Two Brazilians - young couple Henry Bugalho, 28, and Denise Nappi, 27 - discovered that not only the locations but the actual filming are an attraction for the tourists. And what is best: no fees are charged and for the lucky few, it may even happen they take park in a scene of a movie.

Authors of guide Nova York para Mãos-de-Vaca (New York guide for the tight fisted), a book full of tips on how to enjoy the city without spending much, Henry and Denise reveal they go to certain special places in the city in hope of talking to some Hollywood big shots. "Usually, a couple of days before the shooting begins, the production people put up posters on the streets of the location. Many times they inform not only the time schedule, but also the name of the director and the cast, even the synopsis of the picture!", tells Henry Bugalho. "We also pay attention to the concentration of trucks used by the crew. This is how we met Ashton Kutcher and Cameron Diaz shooting What Happens in Vegas in Gramercy Park. They were just leaving the dressing room to go on a lunch break, it was super!"

The couple points out the favorite areas in the city to accompany the movements of the movie and television crowd. "It's Gramercy Park, Stuyvesant Park (East Village) - where you can watch the shooting of Damages, with Glenn Close, and Gossip Girl, which is quite popular in Brazil - plus the West Village and Madison Square Park."

Another hint of the guide is to closely follow the promotions offered by companies specialized in tours, that show scenarios of the city already immortalized by the seventh art, such as On Location Tours (347 5th avenue, New York, 212/209-3370). The company has three hour long bus tour called Manhattan TV & Movie Tour, where they show 80 locations that have been in the movies or on television, such as Law & Order, Will & Grace, Seinfeld and The Cosby Show. Among some 40 feature filmes, there's Breakfast at Tiffany's, Ghost-Busters, Spider Man and Home Alone 2. Another one is Central Park Movie Tour, with a two hour program also dedicated to the same subject.

After these tours, people truly confirm that New York is a dream city, both for those who watch films in the movie theaters or at home in a favorite armchair. But up close, in real life, New York is brighter and even more inviting.

Publicada na Revista TAM nas Nuvens de fevereiro de 2009


Importante: favor ler as Perguntas Frequentes - FAQ.