27 de novembro de 2012

De Perúgia a Madri de carro - Dia 4: Narbonne



Este seria o típico dia para ficar em casa, embaixo das cobertas, assistindo a um filme comendo chocolates. Caía uma chuva chata, fazia frio e o tempo estava horroroso.


Deixamos Aix-en-Provence às 10:30 da manhã e os planos eram parar em Nimes e, talvez, em Montepellier no caminho, mas o tempo chuvoso nos obrigou a passarmos direto.
O pedágio saindo de Aix custou 90 centavos de euro, em seguida, um outro pedágio de 4,20 euros.

Acabamos tendo de entrar em Nimes para abastecermos o carro, e este foi o grande mico do dia.
Primeiro, porque apanhamos mais uma vez da bomba de gasolina. Novamente, nossos três cartões de crédito foram recusados no primeiro posto que paramos, totalmente informatizado. Tivemos de procurar um outro posto, onde fosse possível pagar em dinheiro.
Encher o tanque nos custou 50,01 euros.

Foi neste ponto que entramos num limbo. Ao tentarmos retornar para a autoestrada, havia uma barreira policial, informando que a entrada estava fechada e que seria preciso fazer uma rota alternativa para prosseguirmos a viagem. Na verdade, os policiais falaram isto para um carro na frente da gente, então quando vimos o automóvel branco fazendo o retorno, agimos igual nos filmes de perseguição: "Siga aquele carro!"


Só que o sujeito do carro branco também não sabia para onde deveria ir, assim ficamos um bom tempo seguindo-o, dando voltas e mais voltas por trevos, até que ele finalmente retornou para a barreira policial, parando num estacionamento, e nós continuamos perdidos.


Tentamos recalcular a rota no GPS, mas ele estava obcecado em nos mandar para aquela entrada bloqueada. Foi quando decidi ignorar completamente o GPS e pegar a primeira estrada que parecia correta, passando por uns vilarejos desabitados e remotos, por estradas secundárias, no meio da região de Languedoc.
Enfim, conseguimos incluir uma rota alternativa no GPS e, depois de uns quarenta minutos vagando sem rumo, retornamos à autoestrada em sentido a Narbonne. Neste trecho, o pedágio custou 9,20 euros.


Já em Narbonne, seguimos direto para o hotel da rede Formula 1, o melhor amigo do viajante econômico (de carro), com uma diária de 32 euros.
Entre o hotel e o centro de Narbonne não leva mais do que 15 minutos.

Narbonne


Esta é uma cidadezinha impressionante, talvez um grande exemplo do que imaginamos quando se fala na França. Cortada pelo Canal de la Robine, a cidade possui todos os atrativos para um turista que passa pela região, boa comida, bons vinhos e belos monumentos.


Narbonne foi uma cidade muito importante durante o Império Romano e, na Mairie de Narbonne, a praça principal, ainda é possível ver um trecho da Via Domitia, a primeira estrada romana construída na Gália, que ligava a Itália à Espanha. No entanto, com o passar dos séculos, Narbonne perdeu sua posição de destaque e, hoje, injustamente não recebe muita atenção do turismo internacional.


Nesta praça central, estão localizadas a Catedral Sanit-Just-et-Saint-Pasteur, uma extraordinária construção do século XIII.


Seus interiores estão muito bem preservados e se distingue da maioria das igrejas que já vi por aí.


Faz parte do complexo também o Palácio dos Arcebispos, que ocupa toda uma quadra, com seus jardins e também abriga um museu arqueológico e uma pinacoteca.

Momento extravagância


Almoçamos no mercadão de Narbonnes, Les Halles. Ao chegarmos na porta do mercado, ele estava fechado (só funciona até as duas da tarde). Quando estávamos partindo, vimos algumas pessoas entrando por uma porta lateral.


Apesar de as barracas estarem fechadas, alguns quiosques ainda estavam servindo o almoço. Depois de zanzarmos por alguns, corremos para o Chez Bebelle, que ainda estava lotado.


O quiosque é muito pitoresco. O dono fica com um megafone pedindo os produtos para as outras barracas, ou seja, tudo sempre fresquíssimo.


No entanto, como já estava quase na hora de fechar, o único prato que ele podia nos preparar era um boeuf à l'anglaise, nada mais que um bife mal passado com salada e fritas. Delicioso, mesmo tendo que desembolsar 24 euros para dois pratos, com água de graça.

http://bar-chez-bebelle.com/


Por fim, passamos num mercado para comprarmos um queijo brie de 1,25 euros e, depois, numa boulangerie uma baguete e dois croissants de chocolate por 2,60 euros para o jantar.

Balanço do dia
Distância percorrida: 242 km
Combustível: 50,01 euros
Pedágio: 14,3 euros
Hospedagem: 32 euros
Alimentação: 27.85
Total para 2 pessoas: 124.16 euros


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24 de novembro de 2012

De Perúgia a Madri de carro - Dia 3: Cannes e Aix-en-Provence



O dia amanheceu belíssimo em Nice e, às 10:30, deixamos a cidade em direção a Cannes.

O primeiro mico do dia foi na hora de abastecermos o carro. Paramos numa bomba self-service, mas que só aceitava cartão. Nossos três cartões foram recusados, então passamos para uma outra bomba, mas não encontrávamos onde inserir o cartão ou dinheiro. A nossa dúvida também era qual o tipo de combustível do nosso carro. Perguntamos para um dos clientes como fazíamos e, em italiano, ele nos explicou que devíamos encher o tanque e depois pagar dentro do posto. Perdemos uns 15 minutos nesta tentativa de abastecer o carro.


A rota mais rápida até Cannes seria pela autoestrada A8, a pedágio, mas optamos pela Route Nationale (ou Av. de Nice), mais panorâmica, margeando o mar. É um trecho muito tranquilo, apesar das várias curvas, mas tem de ficar atento com os limites de velocidade, que mudam bastante, entre 70, 50 e 30 km/h.

Cannes


Ao chegarmos a Cannes, caímos num pequeno congestionamento até o estacionamento onde deixamos o carro (perto do centro histórico). Da garagem até o centro histórico de Cannes eram apenas umas duas quadras, numa caminhada de uns 5 minutos.


Logo encontrarmos o mercadão (Marché Forville), repleto de frutas, verduras e legumes frescos.


Dali, seguimos para a Vie Meynardier, uma das artérias da Croisette, com várias lojas e restaurantes, onde paramos para provar uma quiche de queijo, presunto e alguma outra coisa em francês. Duas quiches custaram 5 euros.


Depois de uma volta pela marina de Cannes, que perde um pouco a graça depois de ter passado pela de Mônaco, subimos para a igreja Notre-Dame D'Esperance, no topo de uma colina, de onde se pode ter uma linda vista da cidade.


Além disto, o próprio percurso de subida já é bastante interessante, passando por ruelas históricas que nos transportam no tempo.

Em Mônaco e Nice, ainda foi possível encontrar bastante gente que falava inglês ou italiano. Já em Cannes, a comunicação se tornou um pouco mais complicada. A vendedora das quiches era filha de portugueses, então falava um português razoável, mas, no restante dos estabelecimentos, estava difícil explicar o que queríamos.

O estacionamento em Cannes nos custou 2,40 euros e foi o cenário do segundo mico do dia. Ao chegar perto do carro, percebi que o vidro do carro estava aberto. Primeiro, pensei que alguém havia quebrado-o para nos roubar, mas como não vi nem um caco de vidro no chão, cheguei a conclusão que havia esquecido de erguer o vidro depois de pegar o ticket do estacionamento. Mas tudo estava dentro do carro com o vidro aberto: o som, todas nossas malas, o GPS, tudo!

Lição a se levar para vida: nunca mais se esquecer de fechar o vidro.


Pegamos mais um pouco de tráfego para deixar a cidade, mas recuperamos o tempo na autoestrada A8, com limite de 130 km/h, com motoristas bastante civilizados. Havíamos lido que esta é uma das rodovias mais caóticas e perigosas da França. Talvez tenhamos tido sorte, mas não vimos nada de extraordinário (caótico, para mim, é o anel que contorna Roma!). Acredito que a situação possa ser um pouca mais bagunçada durante o verão, quando hordas de turistas invadem a Riviera Francesa.

O pedágio entre Cannes e Aix-en-Provence custou 13 euros.

Aix-en-Provence


Esta cidadezinha provençal nem é tão conhecida, mas vale uma passada. O centro histórico é encantador e bastante movimentado.


O melhor mesmo são as opções gastronômicas, quase todas de encher os olhos. Nossa primeira parada foi no Paul, uma rede francesa de panificadoras e confeitarias com uma das mais cheirosas e apetitosas baguetes que já vi. Vale experimentar seus croissants e hoje nos arriscamos no macaron tamanho gigante. Desembolsamos 7 euros por 1 croissant de chocolate, um sonho de framboesa e dois enormes macarons de chocolate.

http://www.paul.fr/


Dois programas obrigatórios nesta cidadezinha: bater perna no centro histórico e caminhar pela rua principal, o Cours Mirabeau, onde estão várias fontes pelas quais a cidade é conhecida.


Próximo da maior destas fontes está o ultra-futurista escritório de informações turísticas. Além dos usuais funcionários para ajudá-lo, há também painéis digitais enormes onde você pode pesquisar atrações, restaurantes, peças teatrais em cartaz e muito mais. O próprio escritório acaba sendo uma atração em si.

Prosseguimos para o nosso hotel, o Formule 1 de Meyreuil, uma cidade perto de Aix-en-Provence. A diária feita pela internet foi de 24 euros, com quarto de casal, mas sem banheiro privado, com estacionamento e internet grátis, apesar de a conexão ser catastroficamente lenta e instável.

http://www.hotelformule1.com/

Então, o terceiro mico do dia. Saímos para fazer a compra de uns mantimentos num supermercado próximo, erramos o caminho e fomos cair novamente na autoestrada com pedágio. Ao chegar na cancela, eu não sabia o que fazer, pois a máquina não estava emitindo nenhum ticket, e eu não tinha nenhum ticket para pagar. Chamei a operadora, que não falava nenhum outro idioma além de francês. Ela gritava de um lado, eu gritava do outro, o motorista de trás também gritando, quando percebi que num display estava aparecendo o valor de 90 centavos. Joguei uma moeda lá, a cancela se abriu e pegamos a autoestrada errada, que nos levaria para Aux-en-Provence, ao invés de irmos para o mercado.

Aproveitamos para dar uma volta à noite pela cidade, comer um lanche insosso no Quick, uma rede de fast food europeia, sendo que dois cheeseburguers, uma porção de fritas e um refri custaram 9 euros.

http://www.quick.fr/

Para estacionar em Aix-en-Provence, somando tanto durante o dia quanto à noite, saiu por 5 euros.
Depois, para retornarmos ao hotel, como vimos que pela autoestrada com pedágio encurtávamos o trecho pela metade, foi o trajeto que escolhemos.

Por fim, o quarto mico do dia: a Denise descobriu que havia esquecido suas Havaianas de estimação no hotel de Nice.

Balanço do dia
Distância percorrida: 180 km
Combustível: 30 euros
Pedágio: 14,8
Estacionamento: 7,4 euros
Hospedagem: 24 euros
Alimentação: 21 euros
Total para duas pessoas: 97,2 euros
Esquecer as Havaianas de estimação: não tem preço


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21 de novembro de 2012

De Perúgia a Madri de carro - Dia 2: Mônaco e Nice



Caímos da cama, despertando às 7:30 porque havíamos deixado o carro estacionado na rua e o horário livre acabaria às 8 da manhã.


Então, aproveitamos para zarpar logo cedo, pegando um pequeno congestionamento para sair de La Spezia.


Gastamos 20 euros para abastecermos o carro e seguimos para o norte pela autoestrada A12, com destino a Mônaco. Esta é uma rodovia com algumas vistas muito lindas do mar, porém tem uma infinidade de túneis, além de termos cruzado um trecho com neblina e vários setores em manutenção.


O tráfego estava bastante tranquilo na maior parte do tempo, com exceção de um fluxo mais pesado em Gênova, a zona portuária mais importante da região.


Ao transpormos a fronteira da Itália para França, deixamos no pedágio a cacetada de 29 euros. Incrivelmente, bastou passar para o outro lado da divisa que todos aqueles motoristas italianos que desrespeitavam os limites de velocidade na Itália, subitamente passaram a dirigir devagarzinho.

Mônaco

(Rua de mão dupla em Mônaco)

A saída para Mônaco (sortie, em francês) não demorou para surgir e descemos por aquelas ruas estreitas tão características da cidade. Se você já assistiu a qualquer GP de Fórmula 1 em Mônaco já deve ter alguma ideia do que estou falando. Felizmente, ter dirigido pelas vielas da Itália já prepara o espírito para estas vias de mão dupla, mas que, às vezes, mal dá para passar com um único carro mais largo.
Além disto, a educação do povo no trânsito é incrível e um pedestre pode atravessar a rua (na faixa, obviamente) sem medo, pois todos param instantaneamente.


Mônaco é um dos menores países do mundo, menor até do que muitas cidades por aí, mesmo assim, é um reduto de multimilionários, como você poderá ver nos prédios luxuosíssimos, nos carros caríssimos e nos iates imensos atracados na marina.


Apesar de ser maravilhosa para se visitar e admirar, é o pesadelo dos mãos de vaca, a quem só resta admirar embasbacado toda aquela riqueza.


Todavia, ainda é possível encontrar algumas barbadas, pois há várias padarias e mercadinhos com preços mais razoáveis. Compramos por 2,80 euros uma espécie de pizza no Casino Supermarché, bem na Boulevard Albert 1er com a Rue Princesse Antoinette.


E, do outro lado na rua, ao longo do pier, havia uma porção de barracas com sanduíches, crepes e waffles, todas muito lotadas de locais e turistas, ou seja, para economizar, é só procurar por aquela área.

Mesmo se você não for um dos ricaços habituais de Mônaco, só o fato de andar por aquelas ruas, sentar-se na marina e observar aquele cenário, já é suficiente para elevar o ânimo.

Nice


Decidimos seguir para Nice pela Avenue Trois Septembre, pois além de ter uma belíssima vista da Riviera Francesa, não demora mais do que 30 minutos para fazer este percurso e foge da estrada com pedágio.


Primeiro, seguimos direto para o Maison du Séminaire (Boulevard Frank Pilatte, 29), aparentemente um antigo seminário transformado em hotel.


Apesar de não ser extraordinário, nos pareceu um local razoável para passarmos a noite, com wifi e estacionamento grátis, pelo incrível preço de 34 euros. Este valor só foi possível por estarmos na baixíssima temporada, pois na alta temporada do verão europeu as diárias deset hotel podem chegar até a 200 euros, o que está longe de ser justo para acomodações tão simples.

Outro ponto que pode ser uma desvantagem para alguns é a localização. O hotel fica do outro lado da marina de Nice, ou seja, para chegar até o Vielle Ville (o centro histórico) são uns 20 ou 30 minutos de caminhada. Para os preguiçosos, porém, há um ônibus que passa na frente do hotel e leva para o centro.

http://www.maison-seminaire-nice.cote.azur.fr/


O Vielle Ville é muito charmoso. Geralmente, os centros históricos da maioria das cidades costumam ter boa parte das armadilhas turísticas, contudo, este não pareceu ser o caso de Nice. Encontramos ótimas opções de refeição e lanches baratos no centro.


Compramos alguns croissants deliciosos (4 normais e 2 de chocolate) por 5 euros na Boulangerie Pan Nissa, na 1 Place San François, que seriam a nossa janta.


E uma quadra dali, no Carrefour Express da Ruelle San François, compramos queijo camembert, suco e fruta, num total de 2,50 euros.


A visita obrigatória no centro histórico é a Catedral Sainte-Réparate, apesar de o interior estar sendo reformado e não poder ver muita coisa.


Deste ponto, você pode explorar mais ao norte de Nice, na parte mais recente da cidade, ou retornar para a orla e caminhar pelo Promenade Des Anglais.

Momento extravagância


Na bela vitrine da LAC Chocolatier, avistamos os irresistíveis macarons e fomos obrigados a comprar alguns.


O preço unitário era de 1,10 euros. Compramos 4, num total de 4,40. Uma exorbitância por quatro macaronzinhos, mas que valeu cada centavo!

http://www.patisseries-lac.com/

Balanço do dia
Distância percorrida: 296 km
Pedágio: 29 euros
Combustível: 20 euros
Hospedagem: 34 euros
Alimentação:  14.7 euros
Total para 2 pessoas: 97.7 euros



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