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26 abril 2012
Itália para Mãos de Vaca - Valdichiana Outlet Village, o maior outlet da Toscana
Ah, a Toscana!
Foi o centro cultural mais importante do mundo durante o Renascimento, com cidades históricas lindíssimas como Florença, Siena, Lucca, Pisa e Arezzo; terra de ótima comida e vinhos; com paisagens belas sempre ensolaradas!
Agora, se você já se cansou de ver museus, castelos medievais, estátuas e quase ser atropelado pelos carros e Vespas nos centros históricos, e está doido para fazer umas compras, a primeira parada deve ser o Valdichiana Outlet Village, na região de Arezzo.
Este é o primeiro, maior e mais visitado outlet da região, com 140 lojas para você se esbaldar nas promoções.
O forte deste outlet são as marcas italianas, geralmente com preços mais razoáveis do que as marcas americanas, mas, mesmo assim, é possível encontrar grandes barbadas. No entanto, não espere a presença dos grandes nomes do design internacional, o Valdichiana Outlet Village é voltado mais para um outro público, que deseja vestir-se bem sem gastar muito.
Mesmo assim, algumas marcas conhecidas estão por lá, como Benetton, Calvin Klein Jeans, GAP, Guess, Levi's, Tommy Hilfiger, Samsonite, Adidas, Nike, Puma e Swatch.
Guia de sobrevivência em outlets
Atenção porque estas dicas valem não apenas para o Valdichiana, como para qualquer outlet ao redor do planeta.
Antes de tudo, assim que você chegar a um outlet, vá direto à central de informação (no caso do Valdichiana, Ufficio Informazioni) e muna-se de um mapa do complexo.
Depois, pergunte à atendente se existe um livro de descontos (Coupon Book), que traz uma porção de descontos para várias lojas diferentes, ou seja, além do preço mais baixo por estar num outlet, você ainda terá um desconto adicional de uns 10%, ou até mais, sobre o valor final. Mas não se esqueça de ler as condições para resgatar os cupons, pois às vezes tem um valor mínimo de compra ou dias específicos.
Em alguns outlets, você precisa apresentar o passaporte, ou alguma identificação, para pegar este livreto, o que não é o caso do Valdichiana.
Já munido do seu mapa e livrinho de descontos, comece a primeira percorrida pelas lojas, identificando as marcas que lhe interessam mais. Confira os preços da vitrine, mas lembre-se que os produtos com descontos maiores ficam sempre escondidos em alguma arara no fundo das lojas, por isto, não desista se os preços parecerem altos demais.
Geralmente, há preços incríveis para peças que sobraram, seja com tamanhos pequenos demais ou grandes demais, então, se você estiver nesta categoria, quase sempre será uma festa.
Se houver somente uma peça daquela roupa que você adorou, não hesite, compre-a, pode ser que ela não esteja lá mais tarde.
Após a primeira passada, faça um segundo recorrido, pois agora você já tem um parâmetro de comparação para os preços e saberá reconhecer melhor o que é uma barbada para aquele outlet específico.
Por fim, se você não encontrou nada do seu gosto, não se sinta obrigado a gastar só para não voltar com as mãos vazias, ou compre um par de meias...
Para chegar ao Valdichiana Outlet Village
de ônibus: há um serviço de ônibus que parte da estação de trem de Arezzo e que tem uma parada na frente do outlet.
de carro: se você ainda está se acostumando com as autoestradas italianas, encontrar o Valdichiana outlet pode ser um pouco cabeludo.
Vindo de Florença ou Arezzo, pegue a autoestrada A1, seguindo rumo a Farniole, e vire à direita logo após passar pelo pedágio.
Um GPS é sempre uma mão na roda nestas situações.
Site oficial do Valdichiana Outlet Village
http://www.valdichianaoutlet.it/
Aberto todos os dias das 10 às 20 horas, e uma hora à mais nos finais de semana entre junho e agosto, das 10 às 21 horas.
19 abril 2012
Nova York, bairro a bairro - East Village, o berço da contracultura nova-iorquina
Se eu pudesse elencar os meus bairros favoritos de Manhattan, o East Village facilmente estaria entre os primeiros.
Não tem grandes atrações turísticas, nem arranha-céus históricos, tampouco lojas de grifes ou outlets, mesmo assim, é um bairro cheio de vida e personalidade, que já foi o berço da contracultura nova-iorquina dos anos 60 e 70 e - por que não dizer? - da contracultura mundial.
Foi neste bairro que floresceu o movimento punk americano, com Ramones e outras bandas hardcore pondo a casa abaixo no CBGB. Até pouco antes de sua morte, ainda era possível ver Joey Ramone transitando pelas ruas do East Village.
Várias outras figuras célebres transformaram o bairro num oásis de arte, cultura e muita música. O movimento literário Beatnik nasceu nos bares do East Village, e Andy Warhol foi um dos grandes responsáveis por incluir a vizinhança no mapa das revoluções culturais.
No entanto, com o aumento dos aluguéis e com a chegada de residentes de classes sociais mais elevadas, o estilo de vida do East Village se perdeu um pouco e os artistas, geralmente um bando de pé-rapados, tiveram de se afastar para outros bairros mais baratos.
Qualquer roteiro pelo East Village deve começar pela Astor Place, onde está a estação do metrô da linha 6 (verde). Uma quadra mais a oeste, há a estação das linhas N e R (amarela).
Esta praça está sempre cheia de estudantes e, ao redor dela, você dará de cara com um grande K-Mart e, do outro lado da rua, com um Walgreens. Não podemos esquecer do Starbucks, um ponto de referência para encontros e com seu banheiro gratuito que sempre salva a pátria.
Seguindo pela St. Marks Place, você adentrará um mundo à parte, que adquire mais cores e ânimo à noite (inclusive, muitas lojas do East Village ao longo da St. Marks Place nem abrem antes do almoço, mas ficam abertas até altas horas). Neste trechinho, há a maior concentração de bichos-grilos por metro quadrado de Manhattan, e um restaurante de sushi atrás do outro, além de karaokês e lojas alternativíssimas.
Caminhe até a Segunda Avenida, virando em sentido norte até a rua 10. Você avistará a St. Marks Church in the Bowery, a segunda mais antiga igreja de Manhattan, que teve um papel crucial na promoção artística do East Village.
Nela ocorrem apresentações musicais e declamações de poemas desde a década de 70, e até Bukowski já apareceu por lá, inclusive vomitando na tumba de Peter Stuyvesant, um dos governadores de Nova York na época em que ela ainda era dominada pelos holandeses. Esta tumba de Stuyvesant está no cemitério ao lado da igreja.
Retorne pela Segunda Avenida até a St. Marks Place. Bem na esquina, há um restaurante da rede Dallas BBQ, com pratos imensos e preços que cabem no bolso, sem a loucura e lotação da filial da Times Square.
Continue rumo a leste para uma nova rodada de lojas, bares e restaurantes alternativos. Se você for colecionador de discos de vinil ou quadrinhos, certamente fará a festa por aqui.
Mais adiante você chegará ao Tompkins Square Park, um parque que hoje é tranquilo, mas que já foi o palco de um violento tumulto na década de 80, quando a polícia tentou desocupar sem-tetos e usuários de drogas que haviam montado acampamento por ali.
Ainda é frequentado por alguns tipos estranhos, mas completamente inofensivos.
Inicie o retorno pela rua 7, que foi o epicentro da Pequena Alemanha (Klein Deutschland) no final do século XIX, onde vivia boa parte dos imigrantes alemães em Nova York, mas que aos poucos foram sendo substituídos pelos imigrantes judeus, poloneses e ucranianos, que hoje são quem dão as cores locais do bairro.
De volta à Segunda Avenida, entre a rua 7 e a St. Marks Place, há o Orpheum Theater, onde se apresenta o grupo performático Stomp, que transforma qualquer coisa em instrumento musical. O show é muito animado e é uma boa alternativa para os musicais da Broadway.
http://stomponline.com/
Nesta mesma quadra, do outro lado da rua, há uma portinha que guarda um dos maiores segredos do bairro, a Pommes Frites, uma birosca que só serve batata-frita no estilo belga.
Crocante por fora, macia por dentro, e unida a uma interminável combinação de molhos, estas batatinhas são a loucura de qualquer aficcionado por batata, como quem vos fala... Hehehe!
Se você pedir uma porção grande, é bom que esteja acompanhado ou com muita fome, pois é batata que não acaba mais.
Seguindo pela rua 7 em sentido oeste, você passará pela igreja católica ucraniana de São Jorge e, um pouco mais adiante, pelo McSorley's Old Ale House, um pub fundado em 1854 e ainda em plena atividade.
A decoração interna é incrível e, se você curtir uma cervejinha, é um bom pitstop depois do passeio pelo bairro. Durante o happy hour, o pub fica abarrotado de locais, desopilando após um dia de trabalho na cidade que nunca dorme.
http://www.mcsorleysnewyork.com/
Meia quadra avante, você chegará ao Cooper Union, uma das melhores universidades gratuitas do mundo, em cujo auditório já ocorreram discursos históricos, como o de Abraham Lincoln, que muitos consideram o discurso que o tornou o favorito a candidato a presidente.
Depois, é só seguir para o norte e retornar à Astor Place.
Este roteiro pode ser realizado em aproximadamente uma hora e meia, e eu recomendaria pelo menos uma passada à noite para aproveitar a St. Marks Place em seu melhor horário.
15 abril 2012
O Zoológico do Bronx, o mundo selvagem de Nova York
Já viu tudo que tinha para ver em Manhattan e agora quer fazer um programa diferente? Ou trouxe a criançada junto e quer fugir um pouco do esquemão "outlets/compras"?
Talvez uma boa alternativa seja dar uma passada no imenso zoológico do Bronx, localizado no borrough mais ao norte de Manhattan.
Neste zoológico há mais de 600 espécies de animais, que vão desde os grandalhões, como as girafas, os elefantes e os ursos polares, até pássaro, répteis e insetos.
O Bronx Zoo é tão grande que tem até um trenzinho para transportar os visitantes (e que é pago à parte), mas que, no final do dia, pode ser a salvação após tanta caminhada.
Este é o tipo de passeio que pode tomar um dia inteiro, por isto vale levar um lanchinho consigo ou comer um cachorro-quente na mini-praça de alimentação do zoológico.
Há muito para se ver no Bronx Zoo e o ideal é pegar um dia ensolarado e quente, caso você queira ver o urso cinzento (grizzly bear), uma das maiores atrações do zoológico. Quando fomos, ele estava entocado e não deu o ar de sua graça...
E não deixe de entrar no aviário, onde é até possível andar em meio a algumas espécies de aves.
O preço da entrada no Zoológico do Bronx é uma facadinha, 16 dólares para adultos e 12 para crianças de 3 a 12 anos.
Mas a boa notícia é que, se você for numa quarta-feira, a entrada é sugerida, ou seja, você paga quanto quiser, isto é, desembolse 1 dólar por cabeça e depois é só ir pra galera!
Para chegar ao Bronx Zoo não tem erro: pegue o metrô 2 (linha vermelha) ou 5 (linha verde) e desembarque na estação East Tremont/West Farms Square, caminhando pouco mais de duas quadras ao norte pela Boston Rd até chegar a uma das entradas do zoológico.
Site oficial do Bronx Zoo
http://www.bronxzoo.com/
De 31 de março a 4 de novembro de 2012, o zoológico abre de segunda a sexta das 10 às 17 horas, e nos sábados de domingos das 10 às 17:30. No inverno, o horário é diferenciado.
Entrada sugerida às quartas-feiras
07 abril 2012
Itália para Mãos de Vaca - Da Attilio, a melhor pizza do mundo
Eu sempre desconfio quando se fala de "melhor (qualquer coisa) do mundo", principalmente ao se tratar de comida.
O paladar das pessoas ao redor do planeta é tão diferente, que, às vezes, o que é ótimo para um chinês pode ser horrível para um brasileiro.
Pizza existe em todos os países, e o gosto dela também pode variar bastante. No Brasil, existem centenas de sabores e até rodízio, nos EUA e Itália são apenas uma meia dúzia de sabores e o gosto é muito distinto da versão brasileira.
Vários brasileiros que viajam à Itália reclamam da pizza local, mas, no meu caso, excetuando uma furada numa pizzaria ao lado do Roma Termini, nunca tive uma experiência ruim, pelo contrário.
No entanto, ao ver na TV sobre um concurso anual de melhor pizzaiolo do mundo, que ocorre numa cidadezinha no sul da Itália, juro que fiquei bastante curioso para provar esta suposta "melhor pizza do mundo". O ganhador de 2011 é Attilio Albachiara, que possui sua pizzaria em Acerra, a 20 quilômetros de Nápoles e, até o momento, é o detentor do título de "campeão do mundo", após competir com pizzaiolos dos quatro cantos da Terra.
E isto é o tipo de coisa que me senti na obrigação de conferir um dia.
A primeira dificuldade é conseguir chegar a Acerra, um lugarejo sem grandes atrativos turísticos. As duas opções óbvias são de trem ou de carro.
Já adianto que dirigir em Nápoles e região pode causar grandes emoções, pois o comportamento no trânsito é bastante randômico e o respeito às leis de trânsito é opcional. Não é para quem tem coração fraco. Sem contar que um GPS é imprescindível para se orientar pelas rodovias italianas.
De trem, você pode pegar o Circumvesuviana (a mesma empresa que possui rotas para Pompéia), na linha Napoli Centrale-Bivio Botteghelle-Volla-Pomigliano-Acerra, desembarcando obviamente em Acerra.
Você pode conferir a tabela de preços e horários no link abaixo:
http://www.vesuviana.it/web/en
A viagem demora aproximadamente meia hora e custa pouco mais de 2 euros, e a estação de trem é pertinho da avenida principal da cidade, o Corso Vittorio Emmanuelle II, onde está localizada a pizzaria "Da Attilio".
O dono é simpatissíssimo e há grandes chances de você dar de cara com ele por lá, a não ser que esteja viajando e ensinando sua arte para outros pizzaiolos por aí. Segundo ele, estará viajando em breve para o Brasil para revelar seus segredos a 11 pizzaiolos brasileiros.
A pizzaria é pequenininha, com um salão no segundo andar, uma jóia escondida, destinada apenas para os locais ou para os poucos bravos que empreendem a viagem até lá.
O preço da pizza individual (e não tenha medo do tamanho, é realmente individual) é ridículo, a Marguerita, a mais tradicional, custa 3,50 euros e é simplesmente deliciosa, realmente merece o título que a consagrou como a melhor do mundo. Nunca comi nenhuma pizza como esta antes.
Você devora facilmente uma sozinho e é tão leve que ainda deixa a sensação de querer mais, e é aí que entram as pizzas doces, igualmente maravilhosas (e Attillio nos revelou que conheceu as pizzas de chocolate no Brasil).
A pizzaria está aberta para almoço e jantar, mas fecha às quartas-feiras.
No vídeo abaixo, você pode conferir Attilio Albachiara preparando suas obras-primas de Marguerita.
Pizzeria "Da Attilio"
Corso Vittorio Emmanuelle II, 69/71 - Acerra (NA)
http://www.albachiarachebonta.it/
01 abril 2012
Roma para Mãos de Vaca - deslocamento e transporte público
Se você não é o tipo habituado a usar ônibus ou metrô na vida, o sistema de transporte público de Roma pode lhe parecer caótico.
Só existem duas linhas de metrô, A e B, que cortam a cidade em forma de X. O metrô é rápido e geralmente cheio.
A malha de ônibus, por sua vez, é gigantesca e, nos dias úteis, passa um ônibus atrás do outro. Não é muito fácil entender qual ônibus vai para onde, nem onde você deve desembarcar. O ideal é você pedir a informação para o concierge de seu hotel como você deve fazer para chegar de um ponto ao outro e anotar, assim fica mais fácil se orientar. Os idosos italianos também são grandes fontes de ajuda.
Nas paradas do ônibus (fermata) há a indicação de todas as paradas e para onde vai, mas isto só facilita sua vida se você souber onde terá de descer.
Ter um mapa em mãos é sempre uma boa maneira para controlar o itinerário e, se você utilizar os monumentos como pontos de referência, você terá uma ideia de onde está e quanto falta para chegar ao destino.
Há também linhas de tram, um trenzinho de superfície rápido e limpo, mas as opções são limitadas.
A passagem de transporte público custa 1,50 euro e vale por tempo, por uma hora e quinze. Neste intervalo, você pode utilizar o metrô uma vez com direito a uma conexão de ônibus (ou vice-versa), ou trocar quantas vezes de ônibus ou tram.
Você pode comprar os bilhetes para ônibus e metrô nas tabacarias (procure os estabelecimentos com um T, de Tabacchi, na porta).
Assim que você embarcar no ônibus, você deve convalidá-lo nas máquinas amarelas na frente e no fundo do veículo. No metrô, basta inseri-lo na catraca e pegá-lo novamente.
No entanto, se você estiver hospedado na região central, é bastante provável que você utilize bem pouco o transporte público, pois quase tudo pode ser feito à pé, e eu lhe garanto que não há nada mais agradável do que caminhar por Roma.
E fique sempre atento a seus pertences, principalmente nos ônibus e metrô partindo de Roma Termini, a principal estação de trem da cidade, pois é o roteiro favorito dos punguistas.
E deixe para pegar táxi em última circunstância, pois é caro e você corre o risco de se desesperar ao ver o taxímetro rodando num congestionamento.
Site oficial da sistema de transporte público de Roma (em italiano e inglês)
http://www.atac.roma.it/
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- Para comprar o Guia Nova York para Mãos de Vaca
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