19 novembro 2013

O código de ética não-verbal dos nova-iorquinos - parte 1

(No metrô, vê-se de tudo, e todo mundo finge que é a coisa mais normal do mundo)

O contato com uma outra cultura é sempre conflitante. Primeiro, porque não conseguimos nos desapegar de nossos próprios hábitos e costumes, depois, porque nem sempre compreendemos as diferenças do país que estamos visitando.

A princípio, os EUA não é um país tão diferente do Brasil, principalmente porque nos acostumamos muito com o estilo de vida americano através do cinema e da TV. De maneira bastante próxima ao cotidiano, os filmes e seriados nos apresentam muito do que é viver nos EUA e, mais especificamente, em Nova York.

Mas, mesmo assim, nem sempre entendemos certas práticas, ou referências. Muito do que acontece nos filmes só passa a fazer sentido quando chegamos à cidade e vivenciamos esta realidade.

Por isto, enumerarei algumas diferenças culturais que poderão ajudá-lo em sua viagem, e impedi-lo de passar algum mico, fazer uma besteira, ou simplesmente violar algum código de conduta não-verbal dos nova-iorquinos.

- os americanos não são expansivos como os brasileiros, por isto, quando você for apresentado a um americano, nada de beijinhos, tapinhas no ombro, ou abraços. É aperto de mão, e só.


- você verá muita gente esquisita na rua, vestindo roupas estranhas, falando sozinhas, excêntricas, das mais extravagantes várias modas e tendências, com tatuagens, piercings, ou apenas esquisitas mesmo. Os nova-iorquinos simplesmente fingem que elas não existem, é como se tudo fosse o mais corriqueiro possível.
O metrô é o lugar favorito dos esquisitões.
Por mais que você fique tentado, evite tirar fotos destas figuras, a não ser que você esteja longe o bastante para conseguir escapar, caso a reação seja agressiva.


- o atendimento ao público em NY, principalmente em lojas, delis ou táxis, é dos piores. Não espere cortesia, nem atendimento exclusivo. Os "vendedores" (que não estão interessados em vender nada) simplesmente o ignorarão ou o atenderão com má-vontade.

- não se esqueça de que os impostos (estadual e municipal) não estão embutidos no preço do produto na prateleira, ou no anúncio, assim, toda vez que você for pagar, haverá um acréscimo de algo em torno de 9% sobre o total da compra, referente ao imposto devido (para compras de roupas abaixo de 110 dólares, há um abatimento no imposto). Ao contrário da Europa, o estrangeiro não tem direito a reaver este valor ao término da viagem.

- além disto, por mais que você peça desconto, há pouca chance de conseguir algum, a não ser que você esteja lidando com judeus ou povos árabes, habituados a esta prática. Americano raramente dá desconto.

- para certos serviços, como em hotéis (mensageiros e camareiras), em restaurantes, ou táxis, nunca se esqueça da gorjeta, que pode variar de 1 dólar até 15% da conta, dependendo do serviço e do local. Não dar gorjeta é o mesmo que dizer que você não gostou do serviço prestado, ou seja, muito ofensivo.

Existem várias outras práticas não-verbais, por isto, esta postagem é a primeira duma série sobre o assunto.

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Importante: favor ler as Perguntas Frequentes - FAQ.

17 comentários:

  1. Bom dia!

    Seu blog e um achado! vai entrar no meu top 10 da minha viagem... Ja estou com boa parte da viagem programada, e depois do seu site ficou mais facil! Mas agora tenho uma pergunta... Ja perguntei para muita gente, inclusive para nativos, e nada de resposta.. Entao ai vai.. PQ BIG APLLE CITY???

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  2. É. De fato a gente ve muita coisa no metrô. Muita !
    E não existe mesmo muita simpatia. Lembro que comprei uma pizza na Penn Station, e minha amiga que tava pagando nao entendeu o preço, achou que era mais caro, e o cara ficou tirando sarro da cara dela na nossa frente ...
    A pizza era boa, cheia de pimenta. A funcionaria da estação de trem também, ainda em Washington, quase me bateu quando perguntei se aquele era o trem que eu queria pegar. Ela ficou com tanta raiva de mim, que me botou pra dentro do trem antes mesmo das pessoas que estavam com crianças e ou idosos, atitude essa que é bem importante e valorizada aí, né?

    Angela Lacerda
    angelalacerda@hotmail.com

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  3. quando estive em NY e ainda não conhecia o seu código de ética dei alguns furos que estão na sua lista 2 pedi no avião para a pessoa deixar eu sentar com o meu marido, levei uma moedeira e facilitei o troco muitas vezes, mas agora qdo eu voltar vou ficar mais atenta a estes micos, e esperar sua lista 3,4,5, de dicas, valeu abraços cristina

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  4. 2 coisas:
    - Então é lenda que qdo vc chega no caixa para pagar algo e mostrar o passaporte vc nao paga o imposto local?

    -Ficando 4 noites, 5 dia, vale a pena comprar o metrocard?

    Obrigado

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    1. Em relação a primeira pergunta eu não sei, mas acredito que não exista abatimento, nunca usei aqui em NY. Já dobre o Metrocard, para 5 dias ou mais acredito que compensa comprar o semanal ou mensal. Em menos de duas semanas gastei quase 100 dólares carregando dinheiro, o cartão válido para 7 dias é 30 dólares e compensa muito pois para quase todos os lugares da cidade é possível ir de metro e por mais seja feio, sujo e que tenha pessoas esquisitas é super seguro em qualquer horário. Uma dica se for usar o cartão de crédito na máquina de auto atendimento, se for pedido um ZIP Code (CEP), tem que colocar um dos EUA.

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  5. Thaiz, veja a origem do nome Big Apple aqui: http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT868731-1716-2,00.html

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  6. Povo fechado, gente esquisista nas ruas, atendimento ruim, não dá desconto, você tá falando de Curitiba não é??? curitiba é igualzinho NY nesses quesitos, acho que vai ser fácil se acostumar! :)

    Adorei as dicas!!! Parabéns pelo blog!

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  7. Curitiba?Q nada!Quando eu li podia jurar q se tratava de São Luis-MA,principalmente na parte em que os vendedores fingem q não te vêem pq não estão afim de vender p**rra nenhuma!

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  8. Eh frio, ta mais pra Curitiba. Parabens pela descricao. So diria que da pra pedir desconto, sim. Mais que no Brasil. Viu uma mercadoria com defeitinho, pega e pede desconto. :)

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  9. Incrível então o que aconteceu comigo, minha filha e marido. Não sei porque mas as pessoas foram super solícitas e gentis comigo, nas ruas, nos lugares onde visitamos, lojas. Recebi elogios da roupa que estava usando,do meu sorriso e qdo notavam que éramos uma família, nos cumprimentavam com ar feliz.
    Qdo eu me aproximava para entrar em alguma fila, passar em algum sinal, alguém me dava logo passagem.
    Conseguimos entrar para visitar o Memorial 11 de setembro sem ter feito pedido pela internet, alguém se prontificou a ser nosso guia,qdo disse que era do Brasil e que tinha ido lá levar nossa oração aos que haviam sucumbido ali. Qdo entramos, havia uma senhora que me cumprimentou e me deu um folder sobre o memorial e eu disse da nossa intenção. Ela me deu um longo abraço e choramos juntas. Foi muita emoção estar ali.
    Coisas inusitadas realmente aconteceram conosco, até na ONU onde havia um grupo de estudantes de high school visitando, uma senhora do grupo elogiou meu sorriso e perguntou se poderíamos tirar uma foto juntos, os adolescentes gostaram da minha camisa do Botafogo. Inclusive sempre ouvi falar sobre este código dos americanos de não serem tão entusiastas como nós os brasileiros. Até na FAO perguntaram se precisava de ajuda para sair da minha cadeira e tocar no pianão. Achei muito engraçado e também o fato de perguntarem se eu era francesa. Sinceramente fiquei apaixonada pelo povo, pela educação de todos e principalmente pela acolhida. Voltarei em breve...

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    1. Beth, não é bem assim... eles praticam gentilezas em determinadas situações (tipo elogiar uma roupa bonita). Mas em outras situações, eles podem ser realmente mal-educados.

      Principalmente em lojas. Uma vez, estava experimentando uns óculos escuros. O vendedor foi até simpático no ínício. Mas, após eu experimentar alguns (uns 6 ou 7 modelos) pedi pra olhar mais outro. O cara disse:"acho que não temos mais nada que você possa gostar" (como quem diz: "chega!"). E isso já aconteceu outras vezes. Percebi claramente que eles não gostam, nas lojas, quando vc pede pra olhar mais do que duas ou três coisas.

      Outro exemplo: Fui procurar um cartão pra recarregar meu celular. Fui perguntar numa banca de revistas. O vendedor disse que não tinha. Então, perguntei se ele sabia ONDE tinha ali por perto (pergunta bastante comum no Brasil). O cara só respondeu: "não trabalhamos com isso" (como quem diz "SE VIRA")

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  10. Tb sempre fui SUPER bem tratada em NY, principalmente nas lojas, as vendedoras era ótimas, mega interessadas e solícitas!!! Na Sephora então nem se fala, chove de vendedor em cima de vc, te oferecendo sacola, perguntando se vc achou tudo que queria, etc.
    Se eu falasse que era brasileira então, eles entendiam tapete vermelho pra mim
    Fico triste que vc não tenha tido uma boa experiência, mas cada um tem o tratamento que merece, né? ;)
    Bjos
    yara

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    1. Não entendi essa sua colocação: "cada um tem o atendimento que merece"...

      Tá na cara que sua estada em Nova York foi coisa de pouquíssimos dias... Principalmente por ter mencionado apenas uma loja (e loja cara, pros padrões daqui). Assim, comprando um montão de coisas (como as brasileiras sempre fazem nessa loja), é ÓBVIO que vão te tratar bem: principalmente porque as vendedoras devem ganhar comissão.

      Moro em Nova York e concordo em gênero, número e grau com o artigo.

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  11. Minha experiência em NY foi espetacular. Fui bem tratada nas ruas, nas lojas, nos museus, em toda parte. Chegou ao cúmulo de eu pedir a informação para uma pessoa sobre a rua em que deveria entrar para pegar o metrô, eu e ela a pé, e ela me explicar que era três ou quatro ruas à frente. Reparei que ela estava com gesso num dos pés. Agradeci, caminhei mais rapidamente, cheguei no ponto em que achei que deveria entrar e parei ali, meio confusa... Então a moça com o pé engessado veio correndo (tanto quanto possível) atrás de mim e me disse que não era naquela rua, e sim na seguinte. E eu lhe perguntei: "Are you a angel?!"

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  12. Essa mulherada acima, dizendo que foi "bem tratada", convenhamos... devem ter passado só 4 dias em NY, feito compras só na Fifth Ave, passeado no circuito de museus, e gasto "um dinheirão" nas lojas (dessa forma, todo mundo é bem tratado aqui e qualquer outro lugar do planeta rsrsrs).

    Primeiramente vim aqui como turista, em viagem de 10 dias (tudo às mil maravilhas). Hoje moro aqui (a vida real). Achei o artigo bastante pertinente. É preciso ficar ao menos um mês pra perceber as mazelas da cidade. Ninguém será mal-tratado ao gastar centenas de dólares na Fifth Ave. na Sephora, ou nos museus... O artigo refere-se à cidade real, FORA do circuito de turismo: Taxis, Delis, Restaurantes FORA da Times Square, Penn Station, etc

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  13. Carmba!! Passei 15 dias em NY e só fui "mal tratada" por pessoas que aparentavam ser imigrantes indianos. Fora isso as pessoas foram bem solicitas cmg. E Andei somente de metrô por todo Manhattan. Mas também convenhamos, mta gte deve ir pra lá achando que está no Brasil, por isso reclamam...

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  14. Se você mesmo fala que o atendimento é ruim, não vejo porque dar corjeta se eu realmente não tiver gostado do atendimento...

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