12 fevereiro 2013

As casas de Pablo Neruda no Chile


O maior expoente literário do Chile, Pablo Neruda, deixou sua marca por onde passou.

Em seus quase 70 anos de vida, Neruda morou em várias cidades e países diferentes. Como diplomata, viajou para países remotos e exóticos, onde encontrou inspiração para seus poemas. Foi um imã para outros grandes poetas, escritores e artistas. Em suas viagens, encontrava-se com outros grandes nomes, como Garcia Lorca, Carlos Prestes, a também chilena Gabriela Mistral, Octavio Paz, entre outros.

Em suas várias residências, recebia seus amigos para noites regadas a poesia e bebida. Foi exilado em 1949, retornando ao Chile poucos anos depois. Em 1971, foi premiado com o Nobel de Literatura, morrendo dois anos mais tarde.

No Chile, é quase um herói nacional e suas três principais residências se tornaram museus, preservando sua memória e obra.

La Chascona - Santiago

Comecemos pela residência construída em 1953, para que Pablo Neruda tivesse privacidade para passar um tempo com sua amante, Matilde, apelidada por ele de Chascona (que dá nome à casa), por causa das cabeleiras ruivas dela.
A casa está nos pés do Cerro San Cristóbal, de onde, anteriormente, tinha-se uma bela vista de Santiago.

Nela há vários itens estranhos que Neruda colecionava em suas viagens, além de pinturas e móveis presenteados por amigos artistas.

A entrada é cara para os padrões chilenos, por volta de 8 dólares, mas estudantes pagam uns 3 dólares com carteirinha internacional.

O chato é que só existem visitas guiadas, o que, para mim, é uma aporrinhação, pois gosto de ver tudo com o meu ritmo. Além disto, só há explicações em espanhol, inglês ou francês, ou seja, se você não entender nenhum destes três idiomas, talvez fique boiando um pouco.

Para chegar até a Chascona, o melhor é pegar o metrô, desembarcando na estação Baquedano, com as linhas 1 (vermelha) ou 5 (verde), e seguir caminhando em direção ao Cerro San Cristóbal.

A casa fica na Calle Fernando Márquez de la Plata 0192, e abre das 10 às 18 de março a dezembro, e das 10 às 19 em janeiro e fevereiro. Não abre às segundas-feiras.


Ver mapa maior

La Sebastiana - Valparaíso

Se fosse para eleger a casa de Neruda mais interessante, o troféu iria certamente para La Sebastiana, em Valparaíso.

Primeiro, porque a vista para o mar e para a cidade é estupenda. Realmente dá para entender o que inspirava tanta este poeta. Depois, porque tanto a arquitetura da casa, semelhante a um barco, quanto a decoração interior são muito peculiares. Assim como na primeira casa, também há vários itens trazidos dos quatro cantos do planeta, garrafas, estátuas, livros, gravuras, etc. Aparentemente, Neruda era obcecado por coleções.
O jardim ao redor da casa é também muito agradável.

Concluída em 1961, foi a última casa na qual o poeta habitou.

Outra vantagem é que, apesar de o preço ainda ser alto, também por volta de 8 dólares, a visitação é livre. Basta pegar um áudio-guia (tem em português), se quiser, e explorar a casa à sua maneira.

O ponto negativo é a localização, que não é muito fácil de chegar, principalmente se você não dominar as ruas confusas e sinuosas de Valparaíso. Optamos por ir e voltar de táxi, que não saiu caro. Mesmo assim, há uma parada de ônibus próxima (nº 39).

Localizada na Calle Ferrari 692, La Sebastiana abre das 10:10 às 18 de março a dezembro, e das 10:30 às 18:50 em janeiro e fevereiro
Não abre às segundas.


Ver mapa maior

Isla Negra - El Quisco

Dentre todas as casas, foi em Isla Negra que Neruda passou mais tempo de sua vida e onde foi sepultado, no município de Quisco, 70 quilômetros ao sul de Valparaíso e 110 km de Santiago.
É também a de mais difícil acesso, apesar de ser um destino bastante popular entre os chilenos e também de turistas para visitarem a casa do poeta.

Partindo de Santiago, você terá de pegar um ônibus intermunicipal até a cidadezinha de Algoborro ou para Santo Antonio, de você pode trocar por um ônibus de linha que passe por Isla Negra. Outra opção é alugar um carro, já que há onde estacionar nas proximidades da casa.

Assim como as demais casas, Isla Negra está repleta de objetos que o poeta colecionou durante sua vida, além de ser um balenário bastante tranquilo e agradável.

Custa também por volta de 8 dólares para a visita guiada em espanhol ou inglês, ou com audio-guia em português.

Localizada na Calle Poeta Neruda s/n, abre das 10 às 18 de março a dezembro, e das 10 às 20 em janeiro e fevereiro. Não abre às segundas-feiras.


Ver mapa maior

É possível obter mais informações sobre as três casas museus de Pablo Neruda no site oficial da Fundação.
http://www.fundacionneruda.org/

Importante: favor ler as Perguntas Frequentes - FAQ.

2 comentários:

  1. La Sebastiana é demais!! Os objetos curiosos, o cavalo de pau tirado de um carrossel, as poltronas e combinação inusitada dos ambientes, cada canto uma estória.... Também recomendo a visita!

    ResponderExcluir
  2. Fui a La Sebastiana e a La Chascona, gostei mais da última! Mas as duas são espetaculares, como quase tudo que vem de Neruda...

    ResponderExcluir